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A qualidade do minério de ferro é um fator crítico para a competitividade das empresas mineradoras no mercado global, que exige produtos cada vez mais uniformes e de alto padrão. Neste contexto a Anglo American começa a utilização da automação como uma solução promissora para otimizar o processo de controle de qualidade, assegurando maior precisão e eficiência na gestão da cadeia produtiva. Este trabalho investiga a aplicabilidade da automação no controle de qualidade do minério de ferro, com foco nas práticas de Quality Assurance (QA) e Quality Control (QC), utilizando ferramentas de análise estatística para suportar as tomadas de decisão. A proposta inclui a integração de sistemas automatizados para coleta, monitoramento e análise de dados de amostras, com o objetivo de reduzir variações indesejadas no processo produtivo e garantir a consistência das características do minério. A metodologia envolve a aplicação de técnicas estatísticas, como controle estatístico de processos, análise de variabilidade e de tendências, que possibilitam uma avaliação mais aprofundada da qualidade dos lotes de minério ao longo do tempo. Ao aliar a automação a essas técnicas, o controle de qualidade se torna mais ágil e preciso, mitigando erros humanos e possibilitando uma resposta mais rápida a desvios detectados. Os resultados indicam que a automação no controle de qualidade proporciona uma melhoria significativa na precisão das análises e no cumprimento dos padrões de qualidade exigidos pelo mercado, além de ser fundamental para auditorias e certificações de qualidade. Conclui-se que a adoção de automação integrada ao QAQC é um caminho eficaz para a elevação dos padrões de qualidade na mineração de ferro, permitindo às empresas do setor uma vantagem competitiva ao garantir produtos com menores variações e melhor controle das especificações.

Polihidroxialcanoatos (PHA) são biopolímeros conhecidos por sua biocompatibilidade e biodegradabilidade, tornando-os atraentes para aplicações sustentáveis e em biomateriais. Suas propriedades variam conforme a composição, e suas aplicações incluem regeneração de tecidos, embalagens e membranas de filtração. Para obter estruturas porosas para essas aplicações, a eletrofiação é uma técnica promissora. Assim, este trabalho visa comparar os parâmetros técnicos como concentração da solução, fluxo, distância agulha-coletor e tensão, caracterizando membranas eletrofiadas de poli(3-hidroxibutirato) (PHB) e Poli(3-hidroxibutirato-co-3-hidroxihexanoato) P(3HB-co-3HHX) com diferentes teores de HHx (2%, 6%, 10% e 13mol%). Inicialmente, as soluções foram caracterizadas quanto a viscosidade e condutividade. Observou-se que, quanto maior a concentração de polímero na solução, maior a viscosidade da mesma, mas a condutividade não mostrou relação com a concentração ou tipo de polímero utilizado. Utilizando microscopia eletrônica de varredura (MEV), foram obtidas imagens de três regiões diferentes para realizar 60 medidas de diâmetro de fibra usando o software ImageJ. Em geral, houve uma tendência de obter fibras mais uniformes com o uso de uma tensão mais baixa, resultando em um menor desvio padrão. Por outro lado, ao aumentar a distância, houve uma redução no diâmetro e no desvio padrão das fibras, indicando que distâncias maiores podem contribuir para a estabilização da solução e das cargas, resultando em maior uniformidade das fibras. Não foram observadas mudanças significativas nas amostras ao variar o fluxo de 1 para 0,7 mL/h. Além disso, na concentração de HHx de 6%, foram encontradas fibras com maior uniformidade, demonstrando ser uma concentração de HHx promissora para eletrofiação.

Neste trabalho, foi investigado o aço 4140, largamente utilizado nas áreas de construção civil, automotivo e petróleo e gás e em mecânica em geral, nas condições tanto no estado como recebido (normalizado) quanto após os tratamentos de têmpera em óleo e revenimento, seguidos da aplicação de tratamentos térmicos sub zero e criogênico. No trabalho, foram investigadas alterações microestruturais, morfológicas, de composição de fase e de dureza. Tratamentos térmicos incluíram a austenitização a 850°C seguida por têmpera em óleo, revenimento a 250º C, subzero (-80º C) e criogenia (-196º C). Esses tratamentos visaram melhorar as propriedades do aço, como dureza, resistência ao desgaste e estabilidade dimensional, pela redução de austenita retida e pela precipitação de carbonetos finos. A caracterização microestrutural foi realizada por meio de técnicas de microscopia óptica (MO), microscopia eletrônica de varredura (MEV), enquanto a caracterização da estrutura e composição de fásica foi realizada pela difração de raios X (DRX). Os ensaios de dureza Rockwell C foram realizados no equipamento EMCO-TEST. Os resultados indicaram que os tratamentos criogênicos tiveram impacto na redução da fração de austenita retida, que diminuiu progressivamente com a intensidade do resfriamento, atingindo o menor valor no tratamento criogênico profundo. Contudo, essa transformação não contribuiu para modificações consideráveis na dureza do material. Apesar de não serem observadas alterações significativas na morfologia geral por microscopia óptica, análises mais detalhadas em MEV e DRX revelaram uma maior quantidade de carbonetos secundários finos nas amostras tratadas criogenicamente e pela análise por DRX foi possível confirmar mudanças significativas na composição fásica principalmente da austenita retida. Logo os tratamentos criogênicos demonstraram potencial para aprimorar propriedades mecânicas e microestruturais sem a necessidade de mudanças significativas nos processos industriais. A integração desses tratamentos pode beneficiar aplicações em setores que exigem materiais com alta resistência ao desgaste, como indústrias automotivas e petrolíferas, contribuindo para o aumento da vida útil dos componentes.

O metal duro é um material produzido por metalurgia do pó composto por partículas duras e finamente distribuídas de carbonetos de metais refratários, como o Carbeto de Tungstênio, WC, sinterizadas com metais do grupo do ferro, como níquel (Ni) ou cobalto (Co), que atuam como ligantes. Apesar de sua alta difusão na indústria do metal duro, pesquisadores tem investigado materiais substitutos ao cobalto, uma vez que é um material tóxico, escasso e oneroso. Por isso, alternativas como ligantes a base de ferro, níquel e nióbio estão sendo exploradas. Em pesquisas anteriores, o ligante alternativo Fe-36%Ni-15%Nb apresentou desempenho excelente e comparável ao Co na sinterização do WC grosseiro via SPS (Sinterização por Plasma Pulsado). A literatura acerca do metal duro indica que a redução do tamanho de grão de WC influencia significantemente as propriedades do material. Dessa forma, este trabalho tem como objetivo estabelecer a melhor temperatura de sinterização para o sistema WC-(Fe-36%Ni-15%Nb), com WC Ultrafino, por meio de comparações entre os compósitos obtidos por Moagem de Alta Energia (MEA) sinterizados à 1100, 1200 e 1300 °C com taxa de aquecimento de 65 °C/min e pressão constante de 40 MPa. A pesquisa foi conduzida avaliando os resultados de dureza, tenacidade à fratura, tamanho médio do cristalito, microdeformação, densificação, análise de difração de raio x, microscopia confocal a laser, microscopia eletronica de varredura e compressão das amostras. Os resultados indicam 1300°C como a melhor temperatura de sinterização para o sistema. Devido a maior participação da fase líquida durante a sinterização, a 1300°C ocorre a melhor densificação do compósito, atingindo 95,87%, em comparação com as amostras sinterizadas a 1100°C e 1200°C, que apresentam densidades relativas de 75,84% e 84,68%, respectivamente. A maior densificação obtidas em temperaturas mais elevadas promoveu o aumento na dureza, tenacidade à fratura e módulo de elasticidade do material, alcançando valores de 17,5 ± 1, 31 GPa, 10,54 ± 0,18 MPa.m1/2 e 781,96 ± 92,58 GPa, respectivamente. Além disso, os difratogramas das estruturas sinterizadas nesta temperatura não apresentaram picos característicos da fase fragilizante eta ., o que foi observado em temperaturas menores. Estes resultados se mostraram condizentes ao realizar a análise por microscopia confocal a laser e por microscopia eletrônica de varredura, onde se observou a redução da porosidade e dos poços de liga localizados na superfície da amostra, devido a uma distribuição mais uniforme do ligante mediante ao aumento da temperatura de sinterização.

A jabuticaba (Myrciaria cauliflora) fruta nativa brasileira, além de consumida em sua forma in natura, é utilizada para a produção de vários produtos, como geleias, sucos, bebidas alcoólicas fermentadas, entre outros. A busca por alternativas para o aproveitamento de resíduos industriais, seu beneficiamento e aplicações, tem apresentado resultados importantes no desenvolvimento de novas tecnológicas, surgimento de novos produtos e inovações tecnológicas. O resíduo de jaboticaba apresenta potencialidades para obtenção de compostos de alto interesse industrial, com diversas possibilidades de aplicações. O presente trabalho foi possível verificar o estudo da potencialidade do resíduo seco da fruta da jabuticaba (Myrciaria cauliflora), na incorporado em cerâmica vermelha. As matérias-primas aplicadas neste trabalho foram uma massa cerâmica argilosa vermelha contendo argilas cauliníticas de Campos dos Goytacazes com porcentual de 30%, argila vermelha de Itaboraí com percentual de 60%, e 10% de areia. Foram preparadas cinco composições com argila vermelha com diferentes percentagens de resíduo nas proporções de 0; 1, 3, 5 e 7% de resíduo de jabuticaba na massa cerâmica. As matérias-primas foram submetidas a ensaio de caracterização. Os corpos de prova de cerâmica vermelha foram conformados e queimados nas temperaturas de 750°C, 850°C, 950 °C e 1050°C. Após a confecção dos corpos de prova cerâmicos, foram determinadas as propriedades físicas e químicas e avaliação: absorção de água, retração linear de queima, tensão de ruptura a flexão e resistência a compressão. A análise da microestrutura foi realizada através de microscopia óptica. Através da incorporação de resíduo de jabuticaba em cerâmica na massa cerâmica nas porcentagens que foram aplicadas e respectivas temperaturas de queima, foi possível analisar as variações nas propriedades físicas, químicas e nas propriedades mecânicas do material produzido.

As empresas do setor da construção têm aumentado significativamente o uso de cimento, impulsionando o desenvolvimento da infraestrutura global. No entanto, a produção de cimento gera altas emissões de CO2, representando uma parte considerável das emissões globais desse gás. Em resposta a esse impacto ambiental, os geopolímeros surgem como uma alternativa promissora, sendo aglutinantes que formam uma rede tridimensional -Si-O-Al- a partir de interações entre substâncias amorfas, contendo Al2O3 e SiO2. Para superar a fragilidade dos materiais álcali ativados, cientistas têm incorporado reforços fibrosos, como fibras de aço e vidro, que são centrais neste estudo, a fim de melhorar suas propriedades mecânicas e ampliar suas possíveis aplicações. Este trabalho visa formular uma matriz geopolimérica utilizando resíduo de gesso FGD e analisar o impacto das adições de fibra de aço e vidro, variando entre 0% e 2%, com cura térmica de 7 dias. Os resultados mostram que as fibras de aço aumentaram a resistência à flexão em 86%, enquanto as fibras de vidro apresentaram um aumento de 45%. Em relação à compressão, as fibras de aço proporcionaram um aumento de 14%, enquanto as de vidro resultaram em uma diminuição de 12%. A análise de densidade revelou que, apesar das fibras de vidro apresentarem resistência mecânica inferior, seu peso reduzido pode ser vantajoso em certas aplicações. Foi possível observar a interface pós-ruptura do compósito, confirmando os resultados abordados ao longo do estudo, especialmente em relação à interação entre as fibras e a matriz geopolimérica. Portanto, conclui-se que a adição de fibras de aço e vidro em matrizes com MK e FGD é viável, sendo necessário escolher a fibra adequada dependendo da aplicação específica e dos requisitos de desempenho desejados.

Com o advento da industrialização veio o aumento da geração de resíduos indevidamente
descartados, entre eles a indústria de rochas ornamentais desperdiça cerca de 83% da matéria
prima original em forma de resíduos o que por sua vez causam complicações ao meio ambiente. Uma outra adversidade proveniente da urbanização é a impermeabilização do solo causada pelo asfaltamento e pavimentação tradicional nos meios urbanos, causando uma série de problemas ambientais e sociais, desde poluição dos rios até enchentes em grande escala. A produção de pisos drenantes com resíduos descartados pode ser vista como uma solução para os dois problemas. O presente trabalho tem como objetivo produzir e caracterizar quatro tipos de pisos drenantes feitos com matriz polimérica, usando resíduos de mármore branco ou granito preto São Gabriel e resinas de epóxi ou poliéster, os dois tendo um aditivo de resistência ao amarelamento causado pela radiação ultravioleta: o mármore com 5% de epóxi (MEUV), o mármore com 10% de poliéster (MPUV), o granito com 5% de epóxi (GEUV) e o granito com 10% de poliéster (GPUV). Os resíduos passaram por um processo de moagem para se obter a granulometria correta e caracterização por difração de raio-x e análise termogravimétrica, já as resinas foram analisadas por termogravimetria. Os materiais passaram por um processo de mistura e depositados em moldes específicos para cada tipo de ensaio. Os pisos drenantes foram caracterizados por análise termogravimétrica, índice físico (porosidade, densidade, absorção de água), caracterização mecânica (resistência à flexão, resistência à compressão, resistência ao desgaste por abrasão), microscopia óptica e análise da resistência à exposição ultravioleta e resistência ao intemperismo. Por meio dos resultados se pode afirmar que os pisos drenantes feitos com matriz polimérica precisam passar por um processo de compactação durante a cura para atender as exigências mecânicas, e as resinas poliméricas necessitam de aditivos adicionais de resistência contra a ação ultravioleta. O GEUV se apresentou como o pavimento permeável com as melhores performances e atendendo a todas as imposições para uso.

Nos dias atuais cada vez mais pode-se notar a inclinação mundial pela busca por materiais desenvolvidos de maneira sustentável, seja por matéria prima reciclada, seja por de fontes naturais renováveis. O cardanol é um subproduto de baixo custo da produção da castanha do caju, extraído do líquido da casca da castanha de caju, possuindo características multifuncionais, composto por um anel fenólico, uma hidroxila livre e uma extensa cauda de cadeia carbônica que pode aumentar a adesão de resinas epóxi/fenólicas em superfícies metálicas. Este trabalho tem como objetivo produzir corpos de prova combinando resina epoxy e cardano com intuito de analisar propriedades mecânicas e propriedades térmicas das blendas estudadas. Com base nos resultados obtidos pode-se concluir que a substituição parcial da resina epóxi por cardanol é aplicável, possuindo melhoras em suas propriedades mecânicas em ensaios como flexão e tração, e uma queda quando se trata de compressão e dureza, devido a resina ganhar flexibilidade por conta do cardanol bloquear as ligações intercruzadas que enrijecem o sistema, entretanto o tratamento de pós-cura nas formulações estudadas pôde-se observar melhoras na resistência mecânica em cada uma das composições, No ensaios térmicos pode-se observar o comportamento do material quando submetido ao ensaio de dilatometria, DSC e TGA, demonstrando comportamento promissor para a resina que em conjunto com os resultados mecânico mostra o potencial positivo do uso do cardanol como alternativa de substituição parcial do sistema epoxídico.

O Brasil é um dos principais países na produção e exportação de rochas ornamentais, ocupando a quinta posição no ranking mundial desse setor, o que embora cause um impacto positivo na economia apresenta um impacto negativo ao meio ambiente, devido a grande quantidade de resíduos sólidos provenientes da produção. O intuito desta pesquisa é desenvolver rochas artificiais sustentais utilizando resíduos provenientes da etapa de fabricação de rochas ornamentais naturais e usar a fibra natural de fique como reforço para essas rochas em alternativa as usuais fibras sintéticas de vidro. O resíduo aplicado para conformação da matriz da rocha foi proveniente da etapa de lapidação de porcelanatos e resíduos de quartzitos, que foram aplicados conjunto com a resina epóxi para a formação da rocha artificial, além de avaliar a viabilidade da utilização da malha da fibra natural de fique como opção sustentável para reforço de rochas. A rocha artificial foi produzida através de quatro composições selecionadas através da densidade vibrada das partículas, foi adotado o método de vibração, compreensão e vácuo, com pressão de 600 mm/Hg para o vácuo, passando por um processo de vibração a 60 Hz por dois minutos e sendo compactada a quente a 90ºC por 20 minutos a uma pressão de 10 MPa. Foram produzidas as rochas RAQ-2, RAPQ-5, RAPQ-7 e RAPQ-8 com 18% de resina em relação a massa de resíduos utilizados, com as rochas da composição 7 e 8 sendo selecionadas para a etapa de adição da malha da fibra de fique, devido as melhores propriedades físicas e mecânicas apresentadas. A adição da malha da fibra de fique ocorreu por dois meios diferentes, por prensagem na etapa de compactação e por laminação das rochas. Os ensaios de flexão e impacto das rochas revelou uma melhoria nas propriedades mecânicas após a adição das fibras, com destaque na adição da fibra por laminação.

A produção de vinho e suco de uva no Brasil tem apresentado crescimento significativo nos últimos anos. Contudo, o processo de fabricação gera grandes volumes de resíduos orgânicos, dos quais apenas 3% são reaproveitados. A indústria cerâmica, por sua vez, destaca-se pela capacidade de reutilizar resíduos industriais e agrícolas em suas massas cerâmicas, reduzindo a extração de matérias-primas naturais e evitando o descarte inadequado. Neste contexto, o presente estudo avaliou os efeitos da incorporação de resíduos de uva (compostos por engaço, semente e casca), na produção de cerâmica vermelha. A massa argilosa utilizada foi oriunda de Campos dos Goytacazes, com formulações contendo até 10% de resíduos, submetidas a queima em temperaturas de 900°C, 950°C, 1000°C e 1050°C. Os resultados indicaram que o aumento da concentração de resíduos nas massas cerâmicas eleva a porosidade aberta, refletindo em maior absorção de água. Observou-se também um
aumento no limite de plasticidade, embora todas as formulações permaneçam dentro da zona de extrusão aceitável. A retração linear aumentou com o aumento concentração de resíduos e a elevação da temperatura de queima, contudo os resultados atenderam às exigências normativas para blocos estruturais e de vedação em todas as composições e temperaturas. A resistência à tensão de ruptura à flexão apresentou uma diminuição com o aumento da concentração de resíduos, enquanto a elevação da temperatura de queima aumentou a resistência. Conclui-se que a produção de cerâmica vermelha com resíduos de uva é viável e sustentável, pois oferece uma solução sustentável para a gestão de resíduos vinícolas e para a
conservação de recursos naturais. No entanto, é crucial adicionar esses resíduos com
cautela, a fim de evitar quaisquer danos às propriedades físicas e mecânicas das cerâmicas.

A exploração de petróleo no pré-sal requer tecnologias cada vez mais avançadas devido ao alto nível de corrosão e pressão. Após casos de rompimento de dutos flexíveis ocasionados por corrosão sob tensão por CO2, os tubos rígidos tornaram-se a solução para a exploração em águas super profundas. Os tubos rígidos são constituídos de aço X65, caracterizado por alta resistência mecânica revestidos internamente com Inconel 625, reconhecido por sua elevada resistência à corrosão. A solda entre tubos também utiliza a liga de inconel como metal de adição, caracterizando-se como uma solda dissimilar. A soldagem dissimilar apresenta a formação de zonas parcialmente diluídas (ZPD), tensões residuais e
heterogeneidades microestruturais que podem comprometer a integridade mecânica
e a resistência à corrosão das juntas. O trabalho investiga os efeitos de tratamentos
térmicos pós-soldagem (TTPS) em juntas dissimilares de aço API X65 e Inconel 625. Foram realizadas análises microestruturais e testes de dureza rockwell C em amostras no estado como soldado e após tratamentos de alívio de tensões (AT), têmpera (T) e têmpera + revenimento (TR). Os resultados de dureza foram comparados a normas como API 5L Specification 2013 e ISO 15156-1:2020 para análise das regiões do aço. Observou-se que os tratamentos AT e TR diminuíram as tensões residuais, reduziram dureza nas zonas termicamente afetadas (ZTA) e melhoraram a homogeneidade com relação a dureza da junta. Também foram caracterizadas as possíveis microestruturas antes e após TT. A pesquisa contribui para o aprimoramento de materiais utilizados em tubulações offshore, especialmente em condições adversas do pré-sal.

O aço alto carbono AISI 1065 é amplamente utilizado nas armaduras de tração dos tubos flexíveis na indústria de Óleo e Gás, devido as suas propriedades mecânicas. Porém, sua suscetibilidade à corrosão é um obstáculo, especialmente pela permeação de gases das camadas poliméricas, tornando o espaço entre elas, onde encontra-se a camada de tração, um ambiente corrosivo. Diante disso, a procura por soluções eficazes e ambientalmente responsáveis tem se intensificado nos últimos anos. Os inibidores verdes, de natureza de inibição mista, têm se destacado como uma alternativa aos inibidores sintéticos, evitando problemas ambientais, comprovando eficiência e oferecendo um custo mais baixo. Nesse trabalho, o aço AISI 1065 foi submetido a ensaios de corrosão por imersão em soluções aquosas de HCl 1 M, nas quais foram adicionadas diferentes concentrações (5g/L, 10g/L e 15g/L) de um inibidor verde à base de bagaço de cana-de-açúcar. Medições de perda de massa foram realizadas, complementadas por registros fotográficos dos resultados visuais, medição da dureza e análise microscópica da superfície comprometida, com o objetivo de avaliar a viabilidade do uso de inibidores naturais como uma alternativa eficiente na prevenção da corrosão. Os resultados comprovaram a eficácia do bagaço da cana-de-açúcar, sendo a menor taxa de corrosão obtida com a concentração de 15 g/L com tempo de imersão de 4 horas.

A exploração e produção de petróleo dependem de operações tecnicamente desafiadoras, nas quais a engenharia de perfuração e completação desempenha um papel essencial. Este trabalho analisou a aplicação de fluidos de perfuração e completação, com foco na densidade e suas implicações na estabilidade do poço, como o colapso e a fratura da formação. Abordou-se também a corrosividade associada aos sais utilizados nos fluidos de completação, que, embora garantam a densidade necessária, podem comprometer a integridade dos equipamentos metálicos. Para mitigar esses efeitos, o estudo explorou o uso de inibidores de corrosão, avaliando sua eficácia como solução paliativa. Baseado em uma revisão bibliográfica detalhada, este trabalho visou contribuir para a compreensão dos desafios técnicos associados à utilização de fluidos, expondo as soluções empregadas pela indústria, que priorizam segurança, eficiência operacional e sustentabilidade ambiental.

Membranas eletrofiadas tem desempenhado um papel crucial no tratamento eficaz de feridas, fornecendo estabilidade estrutural e ambiente propício para a regeneração celular. Biopolímeros como o poli 3-(hidroxibutirato-co-hidroxihexanoato) (P(3HB-co-3HHx)) e poli (ácido lático) (PLA) são vantajosos para essa aplicação devido a sua biocompatibilidade, biodegradabilidade e capacidade de se moldar e aderir a superfícies. Diante disso, este trabalho visa a trazer novas perspectivas de biomateriais para a área de cicatrização de feridas na pele, a partir da eletrofiação de membranas baseadas em P(3HB-co-3HHx) e PLA carregadas com 2% em massa do medicamento ceftriaxona (CFX). As amostras foram avaliadas por análises morfológicas, térmicas, e análises in vitro para verificar a potencial aplicação como curativo. Os resultados da Microscopia Eletônica de Varredura mostraram que o diâmetro das fibras não se alterou com a incorporação da CFX. As análises térmicas indicaram redução na estabilidade térmica das membranas com o fármaco. A adição de CFX reduziu a hidrofobicidade das membranas, sendo a membrana de P(3HB-co-3HHx) classificada como hidrofílica e higroscópica e a de PLA hidrofóbica. Essa carcaterística tornou a membrana de P(3HB-co-3HHx) melhor candidata para uso como curativo, pois tem maior capacidade de absorver o exsudato da ferida e promover melhor cicatrização. A transmissão de vapor de água das membranas foi similar e compatível com a faixa ideal para um curativo comercial. Uma liberação em rajada foi observada nas membranas de P(3HB-co-3HHx) em razão da elevada área superficial das fibras produzidas. As membranas de P(3HB-co-3HHx) mostraram-se não citotóxicas, além de apresentarem uma excelente viabilidade celular, enquanto as de PLA não puderam ser avaliadas pois não resistiram a esterilização em autoclave. Ambas as membranas com CFX mostraram zona de inibição contra S. aureus, porém devido à baixa concentração do fármaco, as cepas voltaram a crescer sobre o halo. Os resultados do teste in vivo indicaram que todas as membranas mostraram uma maior taxa de fechamento da ferida em comparação com o controle. Em conjunto, esses resultados indicam que a membrana de P(3HB-co-3HHx) apresentou um potencial superior à membrana de PLA para aplicações em curativos.