A cirurgia estética, que tem como objetivo o embelezamento, popularizou-se e deixou de ser um procedimento restrito à classe alta em virtude de preços mais acessíveis, progressos tecnológicos, mas também pela valorização de padrões estéticos de um corpo idealizado. O corpo, na cultura ocidental, por...

A cirurgia estética, que tem como objetivo o embelezamento, popularizou-se e deixou de ser um procedimento restrito à classe alta em virtude de preços mais acessíveis, progressos tecnológicos, mas também pela valorização de padrões estéticos de um corpo idealizado. O corpo, na cultura ocidental, por muitos séculos, foi rechaçado, temido e desvalorizado; hoje, diferentemente, é supervalorizado e tornou-se um bem precioso, por este motivo é cuidado e modelado, pois a ele são atribuídos os sucessos e as virtudes do indivíduo contemporâneo. Por este motivo, um corpo belo, magro e jovem, para muitos, transformou-se em mandamentos da atualidade, adquirindo o caráter de um novo arquétipo da felicidade e do bem-estar. Na busca de um corpo ideal, muitos, procuram por cirurgias estéticas como solução de insatisfações, e melhoria da auto-estima. Contudo, algumas pessoas, na busca de se enquadrar aos padrões estabelecidos pela cultura da beleza, acabam prejudicando a saúde no lugar de promovê-la. Diante do exposto, esta pesquisa procurou compreender a relação da cirurgia estética com a promoção da saúde, por meio de um estudo qualitativo, com os objetivos de compreender as crenças, as atitudes, as percepções e os processos culturais subjacentes às narrativas das universitárias, submetidas à cirurgia estética e dos cirurgiões plásticos, a partir da perspectiva da promoção da saúde, e, descrever os critérios empregados pelos médicos e suas clientes na decisão de realizar a cirurgia estética, e as percepções sobre os resultados, segundo expectativas. Os relatos foram analisados a partir de três enfoques: a cirurgia estética no contexto da saúde coletiva, o corpo como uma construção simbólica e a promoção da saúde como processo de trabalho da saúde coletiva. De acordo com os participantes da pesquisa, a cirurgia estética pode promover saúde, contudo os cirurgiões entrevistados ressaltam que este procedimento, dependendo da situação, pode trazer problemas em vez de solucioná-los. Os resultados demonstram que o corpo deve ser entendido como algo mais complexo do que o corpo físico e visível, pois muitos que buscam a cirurgia estética continuam insatisfeitos, visto que suas insatisfações atribuídas ao físico são também da alma. Todavia a cirurgia pode contribuir para uma vida mais saudável e bem-estar como descreveram as jovens e os médicos entrevistados. Concluímos que o fato do procedimento ser promotor da saúde ou de doenças depende do que se busca com a cirurgia; para isso, uma avaliação sobre as motivações e expectativas do paciente demonstrou ser um recurso de fundamental importância.

The plastic surgery that has the objective of beautifying became popular and is no longer a procedure restricted to the upper class due to more accessible prices, technological progress, but also due to the valorization of aesthetic standards of an idealized body. The body, in the western culture,...

The plastic surgery that has the objective of beautifying became popular and is no longer a procedure restricted to the upper class due to more accessible prices, technological progress, but also due to the valorization of aesthetic standards of an idealized body. The body, in the western culture, has been repelled for many centuries, feared and devalued, today, differently, it is highly valued and became a precious property, for this reason it is cared for and modeled, for it is attributed to it the successes and virtues of the contemporary individual. For this reason, a beautiful, thin and young body, for many, became today?s commandment, acquiring the character of a new archetype of happiness and well-being. In the search of an ideal body,many look for plastic surgeries as a solution of dissatisfactions, and improvement of self-esteem. However, some people in the quest of fitting themselves into the standards established by the culture of beauty end up harming their health instead of promoting it. In light of what was exposed, this research seeks to understood the relation of plastic surgery with the promotion of health by means of a qualitative study with the Understand the convictions, attitudes, perceptions and cultural processes underlying the narratives of female university students and plastic surgeons, from the perspective of health promotion and describe the criteria employed by doctors and their patients on the decision to perform the surgeries, and the perceptions about the results, according to expectations.The reports were analyzed through three perspectives: the plastic surgery in the context of collective health, the body as a symbolic construction and the promotion of health as a process of work of collective health. According to the participants of the research, the plastic surgery can promote health, nevertheless the interviewed surgeons emphasized that this procedure, depending on the situation, can bring problems instead of solving them. The results show the body must be understood as something more complex than the physical and visible body, for many that seek the plastic surgery continue dissatisfied, since their dissatisfactions attributed to the physique are also of the soul. Still the surgery can contribute to a healthier life and well-being as the young females and doctors interviewed describe. We concluded that the fact of the procedure be a promoter of health or diseases depends on is searched for with the surgery, an evaluation about the motivations and expectations of the patient showed to be a fundamentally important resource.

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