Atualmente, a maior parte das informações é de natureza digital, o que ressalta a importância de garantir a inclusão das pessoas que estão excluídas digitalmente no acesso e uso das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC). É evidente a importância de desenvolver dispositivos...

Atualmente, a maior parte das informações é de natureza digital, o que ressalta a importância de garantir a inclusão das pessoas que estão excluídas digitalmente no acesso e uso das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC). É evidente a importância de desenvolver dispositivos acessíveis, flexíveis e adaptáveis, levando em consideração as diversas origens e a rica diversidade cultural existente no Brasil. Ao garantir a construção de tecnologias inclusivas, capazes de atender às necessidades de todas as pessoas, independentemente de suas particularidades culturais e origens, promove-se uma sociedade mais equitativa e justa, na qual todos podem se beneficiar das oportunidades proporcionadas pelas TDICs. A problemática da exclusão digital vai além de ser meramente uma questão tecnológica, pois também tem raízes sociais e reflete a falta de prioridade para certos grupos. Mesmo com o vasto aparato tecnológico atual, para a promoção da inclusão digital, é crucial o interesse dos formuladores de políticas públicas. Este trabalho de pesquisa apresentou os desafios encontrados na interação de tecnologias de voz por grupos compostos por diferentes gêneros, sotaques e graus de escolaridade. A partir da análise realizada, constatou-se discrepâncias na qualidade do reconhecimento com base no gênero. Além disso, foi constatado viés em favor das vozes com sotaques provenientes de regiões mais desenvolvidas do país. Por fim, em relação à escolaridade, foram identificadas dificuldades relacionadas à compreensão da intenção dos usuários analfabetos, este grupo particularmente demandou mais tempo e tentativas para realizar suas solicitações com sucesso. A disparidade de desempenho entre os assistentes de voz apresentada nesta tese, resulta em um cenário onde o público que mais necessita do auxílio tecnológico oferecido por esses assistentes, é frequentemente deixado de lado durante o treinamento dessas plataformas, pois essa parcela da população não está na classe econômica que têm os recursos financeiros para adquirir esses assistentes. Não considerar essa parcela da população torna essa tecnologia inacessível para aqueles que poderiam se beneficiar de sua utilização. Para promover uma abordagem mais inclusiva e equitativa, é essencial que os desenvolvedores considerem, a partir de definições de políticas públicas, ativamente às necessidades e realidades de diferentes grupos de usuários ao projetar e treinar esses assistentes de voz, garantindo que todos tenham a oportunidade de utilizar e se
beneficiar dessa tecnologia.

Palavras - chave: Interação Humano Computador; interfaces conversacionais; Inteligência Artificial; ética; viés e inclusão digital

Currently, most information is digital in nature, which underscores the importance of ensuring the inclusion of people who are digitally excluded in accessing and using Digital Information and Communication Technologies (DICT). It is evident the importance of developing accessible, flexible and...

Currently, most information is digital in nature, which underscores the importance of ensuring the inclusion of people who are digitally excluded in accessing and using Digital Information and Communication Technologies (DICT). It is evident the importance of developing accessible, flexible and adaptable devices, taking into account the diverse origins and rich cultural diversity existing in Brazil. By ensuring the construction of inclusive technologies, capable of meeting the needs of all people, regardless of their cultural particularities and origins, a more equitable and just society is promoted, in which everyone can benefit from the opportunities provided by DICTs. The issue of digital exclusion goes beyond being merely a technological issue, as it also has social roots and reflects the lack of priority for certain groups. Even with the vast current technological apparatus, for the promotion of digital inclusion, the interest of public policy makers is crucial. This research work presented the challenges found in voice interaction technologies by groups composed by different genders, accents and educational levels. Based on the analysis carried out, discrepancies were found in the quality of recognition based on gender. In addition, a bias in favor of voices with accents from more developed regions of the country was found. Finally, regarding education, difficulties were identified related to understanding the intention of illiterate users, this group particularly demanded more time and attempts to carry out their requests successfully. The disparity in performance between voice assistants presented in this thesis results in a scenario where the public that most needs the technological assistance offered by these assistants is often left aside during the training of these platforms, as this portion of the population is not in the economic class who have the financial resources to acquire these assistants. Not considering this portion of the population makes this technology inaccessible to those who could benefit from its use. To promote a more inclusive and equitable approach, it is essential that developers actively consider, from public policy settings, the needs and realities of different user groups when designing and training these voice assistants, ensuring that everyone has the opportunity to use and benefit from this technology.

Keywords: Human Computer Interaction; conversational interfaces; Artificial intelligence; ethic; bias and digital inclusion