A tese buscou compreender processos de resiliência familiar vivenciados por famílias de
crianças com deficiência visual (DV), por meio da análise dos fatores de risco e proteção.
Para isso, foram realizados dois estudos. O Estudo 1, com enfoque qualitativo, descritivo
e exploratório, visou analisar...

A tese buscou compreender processos de resiliência familiar vivenciados por famílias de
crianças com deficiência visual (DV), por meio da análise dos fatores de risco e proteção.
Para isso, foram realizados dois estudos. O Estudo 1, com enfoque qualitativo, descritivo
e exploratório, visou analisar os processos de resiliência de famílias de criança com DV,
a partir da realização de entrevistas semiestruturadas e da aplicação do questionário
sociodemográfico, de caracterização do sistema familiar e da criança com deficiência a
10 familiares de crianças com DV. A análise temática das entrevistas gerou três grandes
temas: a) impacto do diagnóstico nas famílias; b) desafios vivenciados pelas famílias
diante da deficiência visual do/a filho/a (limitada rede de apoio, baixa renda familiar,
sobrecarga materna, realização das atividades de vida diária e preconceito); e c) adaptação
e processos-chave de resiliência familiar (sistema de crenças, padrões organizacionais e
processos comunicacionais). O Estudo 2, com enfoque quantitativo e correlacional
buscou identificar fatores de risco, fatores de proteção e indicadores de resiliência familiar
na vida de famílias com filhos com deficiência visual, a partir da coleta online com uma
amostra de 29 familiares de crianças com DV. Análises estatísticas descritivas e
inferenciais no SPSS revelaram um alto percentual de eventos estressores, assim como
no impacto médio dos eventos. Além disso, mostraram um grau de suporte social
satisfatório, bem como a correlação do suporte social com o indicador geral de resiliência
familiar. Este indicador apresentou maiores médias nos itens relativos ao sistema de
crenças e padrões organizacionais, quando comparados aos processos comunicacionais.
Em conjunto, os resultados sublinham a dimensão processual da resiliência, bem como
sua dimensão intrinsecamente relacional, antes que individual. Além disso, adverte-se
sobre o quanto é impossível entender a resiliência sem incluir o macrocontexto e a forma
como as pessoas com deficiência e suas famílias têm sido vistas pela sociedade e,
sobretudo, amparadas em termos de políticas públicas e programas sociais.
Palavras-chave: deficiência visual; família; resiliência familiar; inclusão.

The Dissertation sought to understand family resilience processes experienced by families
of children with visual impairment (VI), through the analysis of risk and protection
factors. To this end, two studies were carried out. Study 1, with a qualitative, descriptive,
and exploratory approach, aimed...

The Dissertation sought to understand family resilience processes experienced by families
of children with visual impairment (VI), through the analysis of risk and protection
factors. To this end, two studies were carried out. Study 1, with a qualitative, descriptive,
and exploratory approach, aimed to analyze the resilience processes of families of
children with VI, based on semi-structured interviews and the application of the
sociodemographic questionnaire, characterizing the family system and children with
disabilities to 10 families members of children with VI. The thematic analysis of the
interviews generated three major themes: a) the impact of the diagnosis on families; b)
challenges experienced by families in the face of their child's visual impairment (limited
support network, low family income, maternal overload, carrying out activities of daily
living and prejudice); and c) adaptation and key family resilience processes (belief
system, organizational patterns, and communication processes). Study 2, with a
quantitative and correlational focus, sought to identify risk factors, protective factors, and
indicators of family resilience in the lives of families with children with visual
impairments, based on an online collection with a sample of 29 family members of
children with VI. Descriptive and inferential statistical analyzes in SPSS revealed a high
percentage of stressful events, as well as the average impact of events. In addition, they
showed a satisfactory degree of social support and a correlation between social support
with the general indicator of family resilience. This indicator presented higher averages
in the items related to the belief system and organizational standards when compared to
communication processes. Taken together, the results underline the procedural dimension
of resilience, and its intrinsically relational rather than the individual dimension. In
addition, it warns about how impossible it is to understand resilience without including
the macro context and how people with disabilities and their families have been seen by
society and, above all, supported in terms of public policies and social programs.
Keywords: Visual impairment; family; family resilience; inclusion.