A nutrição se torna componente importante na assistência aos indivíduos portadores de COVID-19. A pandemia vem acometendo cada vez mais a população mundial e trazendo consigo agravantes sociais, econômicos, emocionais e principalmente na saúde. A hospitalização prolongada, com catabolismo e...

A nutrição se torna componente importante na assistência aos indivíduos portadores de COVID-19. A pandemia vem acometendo cada vez mais a população mundial e trazendo consigo agravantes sociais, econômicos, emocionais e principalmente na saúde. A hospitalização prolongada, com catabolismo e imobilização, induz uma diminuição de peso e massa muscular que pode resultar em sarcopenia, uma condição que prejudica a função respiratória e cardíaca, piorando o prognóstico do paciente acometido pelo vírus. Além do intenso catabolismo, um quadro muito comum decorrente da resposta inflamatória, consiste na Síndrome respiratória aguda grave (SRAG), considerando o grau de desconforto respiratório do paciente, algumas vezes pode ser cogitada a intubação orotraqueal (IOT) ou estratégias não invasivas que geram pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) com segurança como o uso de Elmo (Helmet). Essa estratégia de tratamento beneficia o paciente que sofre com hipoxemia grave, porém traz inúmeros desafios ao profissional da nutrição. Atualmente, alguns pacientes apresentam sequelas e incapacidades pós enfermidade, que vêm sendo relatadas na literatura trazendo registros de critérios e protocolos já gerados com a denominação de síndrome pós COVID-19. Nesse contexto, o objetivo do presente trabalho é relatar o acompanhamento desse público desde a internação até a alta hospitalar, onde foram avaliados o suporte nutricional desses indivíduos que necessitaram de IOT e/ou elmoterapia, além da investigação de possíveis sequelas pós COVID-19. Foram produzidos dois artigos com metodologias distintas e o terceiro artigo encontra-se na fase de análise dos dados coletados. RESULTADOS: Como resultados podemos evidenciar entre os achados durante a primeira onda de infecção pelo coronavírus que os pacientes internados em unidades de terapia intensiva, em uso de ventilação mecânica, em alimentação enteral eram do sexo masculino (n=61, 54,5%), idosos (n=88, 78,6%), hipertensos (n = 81, 72,3%), diabéticos (n= 44, 39,3%) e cardiopatas (n= 38, 33,9). A maior parte dos pacientes evoluíram à óbito durante a internação (n=98, 87,5%). O uso da posição prona impactou negativamente na oferta da terapia nutricional, aqueles pacientes que realizaram a posição tiveram menores quantidades máximas de energia e proteínas oferecidas. Em média foram prescritos 19,3 (7,4) kcal/kg e 1,2 (0,5) g/kg de proteína ao dia. O percentual de adequação da dieta foi de 74,2 (26.8)%. Com esse trabalho pode-se concluir que houve associação entre as inadequações na oferta energética e proteica com risco de mortalidade, confirmando evidências favoráveis à otimização do suporte nutricional prescrito nessas situações de criticidade. Durante a segunda onda, pode-se constatar outro perfil de suporte nutricional oferecido. A maioria dos indivíduos avaliados eram do sexo masculino (n=45, 64,3%), com idade média de 52 (11,7) anos. Ao contrário da primeira onda de infecção pelo coronavírus a maioria da população investigada recebeu alta hospitalar (n=59, 84,3%). O estado nutricional de maior prevalência foi o excesso de peso em idosos (n= 13, 81,3%) e obesidade em adultos (n= 36, 66,7%). Os percentuais de adequação calórica e proteica atingiram mediana de 65% e 72% respectivamente. A população com excesso de peso apresentou uma menor ingestão calórica e quanto maior o IMC, menor fluxo de oxigênio recebido e menor o consumo energético e proteico durante o uso do Elmo. Concluiu-se que a oxigenoterapia parece ter um impacto relevante no consumo alimentar do paciente com COVID-19. O estado nutricional pode agravar as pode agravar as ingestões
calóricas e proteicas, quanto maior o for o IMC, sendo a categoria de obesidade a mais afetada.
Palavras-chaves: COVID-19, Nutrition, Food Service, Hospital

Nutrition becomes an important component in assisting individuals with COVID-19. The pandemic has been increasingly affecting the world population and bringing with it social, economic, emotional and especially health aggravating factors. Prolonged hospitalization, with catabolism and...

Nutrition becomes an important component in assisting individuals with COVID-19. The pandemic has been increasingly affecting the world population and bringing with it social, economic, emotional and especially health aggravating factors. Prolonged hospitalization, with catabolism and immobilization, induces a decrease in weight and muscle mass that can result in sarcopenia, a condition that impairs respiratory and cardiac function, worsening the prognosis of the patient affected by the virus. In addition to intense catabolism, a very common condition resulting from the inflammatory response, is Severe Acute Respiratory Syndrome (SARS). continuous positive airway pressure (CPAP) safely as the use of Elmo (Helmet). This treatment strategy benefits the patient who suffers from severe hypoxemia, but poses numerous challenges to the nutrition professional. Currently, some patients have post-illness sequelae and disabilities, which have been reported in the literature, bringing records of criteria and protocols already generated under the name of post-COVID-19 syndrome. In this context, the objective of the present work is to report the follow-up of this public from admission to hospital discharge, where the nutritional support of these individuals who needed OTI and/or elmotherapy were evaluated, in addition to the investigation of possible post-COVID-19 sequelae. Two articles were produced with different methodologies and the third article is in the phase of analysis of the collected data. RESULTS: As a result, among the findings during the first wave of coronavirus infection, we can see that patients admitted to intensive care units, using mechanical ventilation, receiving enteral nutrition were male (n=61, 54.5%) , elderly (n=88, 78.6%), hypertensive (n=81, 72.3%), diabetics (n=44, 39.3%) and heart disease (n=38, 33.9). Most patients died during hospitalization (n=98, 87.5%). The use of the prone position had a negative impact on the provision of nutritional therapy, those patients who performed the position had lower maximum amounts of energy and proteins offered. On average, 19.3 (7.4) kcal/kg and 1.2 (0.5) g/kg of protein per day were prescribed. The percentage of diet adequacy was 74.2 (26.8)%. With this work, it can be concluded that there was an association between inadequacies in energy and protein supply with risk of mortality, confirming evidence favorable to the optimization of the nutritional support prescribed in these critical situations. During the second wave, another profile of nutritional support offered can be seen. Most of the individuals evaluated were male (n=45, 64.3%), with a mean age of 52 (11.7) years. Unlike the first wave of coronavirus infection, most of the investigated population was discharged from hospital (n=59, 84.3%). The most prevalent nutritional status was overweight in the elderly (n=13, 81.3%) and obesity in adults (n=36, 66.7%). The percentages of caloric and protein adequacy reached a median of 65% and 72%, respectively. The overweight population had a lower caloric intake and the higher the BMI, the lower the flow of oxygen received and the lower the energy and protein consumption during the use of the helmet. It was concluded that oxygen therapy seems to have a relevant impact on the food consumption of the patient with COVID-19. Nutritional status can worsen caloric and protein intakes, the higher the BMI, with the obesity category being the most affected.
Keywords: COVID-19, Nutrition, Food Service, Hospital