Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) é um desafio para a gestão dos sistemas de saúde
mundiais, principalmente nos países de média e baixa renda. O transplante renal (TR) é
considerado a melhor alternativa de tratamento pois está associado a melhor qualidade de vida,
sobrevida e menor custo....

Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) é um desafio para a gestão dos sistemas de saúde
mundiais, principalmente nos países de média e baixa renda. O transplante renal (TR) é
considerado a melhor alternativa de tratamento pois está associado a melhor qualidade de vida,
sobrevida e menor custo. Para resultados melhores no TR, destacam-se as ferramentas de
eHealth. Objetivos: Analisar o contexto econômico da DRC, a aceitabilidade ao uso de
tecnologias eHealth e o uso espontâneo do aplicativo Renal Health por pacientes transplantados
renais. Métodos: Essa pesquisa originou três estudos: 1) revisão sistemática realizada na base
de dados do PubMed/Medline, com os termos ¿costs¿ e ¿chronic kidney disease¿, em janeiro
de 2017. Foram incluídos artigos publicados a partir de 2012 sobre os custos da DRC e
modalidades de tratamento; 2) estudo transversal, descritivo, com amostra por conveniência,
realizado em serviço com moderada atividade transplantadora. Foram incluídos transplantados
renais adultos e profissionais de saúde, de janeiro a maio de 2019. Dados sociodemográficos,
clínicos e de aceitabilidade da tecnologia eHealth foram coletados por meio de entrevistas; 3)
estudo de coorte retrospectivo, realizado a partir do banco de dados do aplicativo Renal Health
de julho de 2018 a abril de 2021. O aplicativo Renal Health foi desenvolvido para auxiliar na
educação e no automonitoramento de pacientes com DRC, com sessão específica para
transplantados renais. Resultados: 1) Foram incluídos 37 artigos sobre os custos globais da
DRC, os quais foram unânimes em alertar sobre o forte impacto financeiro e social da DRC nos
sistemas de saúde, públicos e privados, portadores da doença, familiares e na sociedade como
um todo. 2) Foram avaliados 147 pacientes: 63,2% homens, 45,1±13 anos, 10±4 anos de
escolaridade, 76,2% com renda familiar de 1-3 salários de referência/mês, tempo de TR 6±5
anos; 90% possuíam smartphones; 61,2% o utilizavam várias vezes ao dia. O interesse em usar
a tecnologia eHealth foi alto (96,6%) e direcionado ao smartphone (93,2%). Para 13
profissionais de saúde, a principal barreira ao atendimento foi a aderência (76,9%). Eles
acreditavam que a eHealth pode ajudar no cuidado pós-TR e beneficiar no autocuidado e no
automonitoramento (92,3%), mas 23% tinham dúvidas sobre a aceitação efetiva pelos
pacientes. 3) No período, 1.823 usuários fizeram download do aplicativo Renal Health e 12,3%
(225) realizaram cadastro na sessão para transplantados renais. Eram mulheres (59,1%), 36±11
anos. Dos cadastrados, 32,4% inseriram algum dado, predominou a creatinina (62%). A maioria
utilizou o aplicativo por 1 dia (63,3%) e 18,9% persistiu por mais de um mês. Os usuários que
utilizaram por período superior a 1 dia (36,7%), inseriram dados de peso (69%). Conclusões:
1) Os estudos analisados alertam para a importância da prevenção primária e secundária da
DRC como estratégia de economia em saúde. 2) Este é o primeiro estudo brasileiro sobre
aceitabilidade a ferramentas eHealth no tratamento pós-TR. Os pacientes já utilizam a
tecnologia da informação e ambos, profissionais e pacientes, têm interesse em ferramentas
eHealth no tratamento. 3) A sessão para transplantados renais do aplicativo Renal Health
despertou interesse na população jovem. Entretanto, o uso espontâneo apresentou baixa
aderência nos meses avaliados.
Palavras-chave: Insuficiência Renal Crônica; Transplante de Rim; Estratégias de eSaúde.

Introduction: Chronic Kidney Disease (CKD) is an important challenge for the management
of global health systems, especially in low and middle income countries. Kidney transplantation
(KT) is considered the best treatment alternative because it is associated with better levels of
quality of life,...

Introduction: Chronic Kidney Disease (CKD) is an important challenge for the management
of global health systems, especially in low and middle income countries. Kidney transplantation
(KT) is considered the best treatment alternative because it is associated with better levels of
quality of life, survival and lower cost. To achieve better results in the KT, eHealth tools stand
out. Objectives: To analyze the economic context of CKD, acceptability to use eHealth
technologies and the spontaneous use of the Renal Health application by KT patients. Methods:
This research originated three studies: 1) systematic review carried out in the PubMed / Medline
database, using the English terms ¿costs¿ and ¿chronic kidney disease¿, in January 2017. Only
articles published from 2012. Priority was given to studies that addressed the costs of CKD and
treatment modalities; 2) a cross-sectional, descriptive study, with a convenience sample,
performed in post-KT follow-up service with moderate transplant activity. Adult KT and health
professionals were included from January to May 2019. Sociodemographic, clinical and
acceptability data from eHealth technology were collected through interviews; 3) retrospective
cohort study, carried out from the Renal Health application database from July 2018 to April
2021. The Renal Health application was developed to assist in the education and selfmonitoring of patients with CKD, with a specific session for KT recipients. Results: 1) 37
articles on the global costs of CKD were included. The results of the studies were unanimous
in warning about the strong financial and social impact of CKD on health systems, public and
private, people with the disease, family members and society as a whole. 2) 147 patients were
evaluated: 63.2% men, 45.1±13 years, 10 ± 4 years of schooling, 76.2% with family income of
1-3 reference salaries/month, average time of KT 6 ± 5 years; 90% had smartphones; 61.2%
used it several times a day. The interest in using eHealth technology was high (96.6%) and
directed to the smartphone (93.2%). For 13 health professionals, the main barrier to care was
patient compliance (76.9%). They believed that an eHealth technology could help in post-KT
care and benefit from self-care and self-monitoring (92.3%), but 23% had doubts about
effective acceptance by patients. 3) In the period, 1,823 users downloaded the Renal Health
application and 12.3% (225) registered in the session for KT recipients. The users were women
(59.1%) with an average age of 36±11 years. Of those registered, 32.4% entered some
information. Of the self-monitoring data, the most inserted was creatinine (62%). Regarding
the time of use, the majority used the application for only 1 day (63.3%), 18.9% have persisted
for more than a month. Users who used it for more than 1 day (36.7%), entered data on weight
(69%), scheduling appointments (69%), medication (65.5%) and creatinine (62%).
Conclusions: 1) The studies analyzed warn of the importance of primary and secondary
prevention of CKD as a health economics strategy. 2) This is the first Brazilian study on
acceptability to eHealth tools in post-KT treatment. Patients already use information
technology and both professionals and patients are interested in eHealth tools for treatment. 3)
The Renal Health application for KT recipients aroused interest in the young population.
However, spontaneous use showed low adherence over the evaluated months.
Key words: Chronic renal insufficiency; Kidney Transplant; eHealth Strategies.