Eis que venho como um ladrão: messianismo político e o combate ao estado messiânico [Digital]
Tese
Português
342.34
Fortaleza, 2022.
Insatisfeito com a realidade, o homem busca refúgio em utopias. Em tempos de crise, ganha musculatura a ideia do comando do país ser entregue a um salvador, alguém supostamente incorruptível e ungido por Deus para guiar o povo rumo ao melhor dos mundos com a criação ou restauração de uma época de...
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Insatisfeito com a realidade, o homem busca refúgio em utopias. Em tempos de crise, ganha musculatura a ideia do comando do país ser entregue a um salvador, alguém supostamente incorruptível e ungido por Deus para guiar o povo rumo ao melhor dos mundos com a criação ou restauração de uma época de ouro. O messianismo político, fenômeno complexo, não está confinado a um regime, forma de governo, ideologia ou interesse de classe específicos. Contudo, sua presença causa estranhamento na esfera democrática. As pedras angulares do messianismo político (poder pessoal do líder messiânico, promessa de uma utopia para os eleitos e sentimento de orfandade civil), quando interagem, dão origem a um movimento de viés autoritário, pautado em discursos de ódio rapidamente disseminados por meios digitais para uma legião de seguidores, muitos dos quais fanáticos, que precisa ser devidamente compreendido para evitar perigos e conter ameaças a ambientes democráticos. Quando a tolerância não mais predomina em debates, e discordar deixa de ser um direito, uma involução polui o processo civilizatório. O messianismo político faz uso de ataques preconceituosos a bodes expiatórios sobre os quais recaem a exclusiva responsabilidade por todas as mazelas sociais a serem sanadas. Com isto, destrói pontes e promove a desagregação social. O combate à síndrome messiânica e às suas devastadoras consequências para a democracia é um dever inafastável aos guardiões da Constituição. A vassalagem do judiciário é a pá de cal de um regime que tenta resistir às infiltrações autoritárias. O Estado democrático de direito, a par de suas falhas, propicia o modelo político mais justo já experimentado em todos os tempos, onde os direitos fundamentais conseguem ser arrancados da folha de papel e alcançam efetividade com o auxílio de um trabalho equilibrado de juízes conscientes de suas tarefas, sem omissão ou usurpação, na mitigação de desigualdades. As alternativas, atestam milênios de História, são ilusórias. Palavras-chave: Ciência política. Messianismo político. Poder judiciário. Estado democrático de direito
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Dissatisfied with reality, man search refuge in utopias. In periods of crisis, get stronger the idea of grant the command of the country to a savior, someone presumably incorruptible and anointed by God to guide the people toward the best of the worlds with the creation or restoration of a golden...
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Dissatisfied with reality, man search refuge in utopias. In periods of crisis, get stronger the idea of grant the command of the country to a savior, someone presumably incorruptible and anointed by God to guide the people toward the best of the worlds with the creation or restoration of a golden age. The political messianism, complex phenomenon, is not confined to a certain regime, form of government, ideology or class interest. However, in the sphere of democracy its presence is awkward. The cornerstones of political messianism (personal power of the messianic leader, promise of a utopia for the chosen ones and the sense of a civil orphan condition), when in interaction, give birth to a movement of authoritarian bias, ruled by hate speeches quickly disseminated by digital means to a legion of followers, many of whom are fanatical, that must be correctly understood to avoid dangers and contain threats to democratic environments. When tolerance is no longer predominant in debates, and to disagree it is not a right anymore, an involution pollutes the civilizing process. The political messianism makes use of prejudice attacks against scapegoats on whom the exclusive responsibility for all the social ills to be healed falls. With that course of action, destroy bridges and promotes social disintegration. The combat to the messianic syndrome and its dreadful consequences to democracy is a duty that cannot be put away by the guardians of the Constitution. The vassalage of the judicial power is the lime shovel of a regime that try to resist against authoritarians infiltrations. The democratic state under the rule of law, in spite of its flaws, provides the fairest political model ever experienced, where fundamental rights manage to be off the paper and achieves effectiveness with the aid of a balanced labor of judges aware of their tasks, without omission or usurpation, in the mitigation of inequalities. The alternatives, certify thousands of years of History, are illusory options. Keywords: Political science. Political messianism. Judicial power. Democratic state under the rule of law.
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Dias, Eduardo Rocha
Orientador
Lima, Martonio Mont'Alverne Barreto
Banca examinadora
Leitão, Rômulo Guilherme
Banca examinadora
Machado, Raquel Cavalcanti Ramos
Banca examinadora
Therrien, Cristiano de Souza
Banca examinadora