Partindo da análise das teorias relacionadas ao Capital Social, esposadas por Baquero (2015), Kliksberg (2000), Lechner (1999), Putnam (1993) e Valdivieso (2003), no qual este construto é definido como atributo da estrutura social e se refere às características das organizações sociais, como redes,...

Partindo da análise das teorias relacionadas ao Capital Social, esposadas por Baquero (2015), Kliksberg (2000), Lechner (1999), Putnam (1993) e Valdivieso (2003), no qual este construto é definido como atributo da estrutura social e se refere às características das organizações sociais, como redes, normas, sistemas, cadeias de relações sociais e confiança, que contribuem para aumentar a eficiência das ações coletivas e das políticas públicas, além de facilitar as ações coordenadas, cooperadas e compartilhadas, examinou-se nesta tese, a suposta relação entre o Capital Social e a Corrupção. No que se refere à corrupção destacou-se pode ser explicada como um problema de principal-agente e que, numa ótica econômica e institucional, diversos fatores motivam o surgimento da corrupção, tais como: ausência de competição, excesso de poder discricionário, problemas de transparência e de prestação de contas, sistema legal, renda per capita, nível educacional, tamanho do governo, abertura econômica, diversidade religiosa, dentre outras constantes (Bozovic, 2017; Graeff & Svendsen, 2013; Uslaner, 2005). Assim, fundado nas premissas elencadas sobre o construto da Corrupção, investigou-se, também, a sua ingerência sobre a distribuição da riqueza. Desta forma, esta pesquisa se desenvolve a partir do seguinte questionamento: qual a influência do capital social na corrupção, e esta, por sua vez, na distribuição da riqueza? O objetivo geral desta tese consiste em analisar a relação entre o capital social e a corrupção, ato contínuo, a influência da corrupção, na distribuição da riqueza nos países da América Latina. De modo específico, a pesquisa analisa: o nexo entre capital social e corrupção e a preponderância da corrupção na distribuição da riqueza. Os dados foram coletados nas bases de dados secundários do Latinobarômetro, do Corruption Perceptions Index [CPI - Índice de Percepção de Corrupção], do Gini Index, e do World Bank. A escolha da América Latina, se deu pela carência de estudos sobre estas vertentes na região, por mais que se verifiquem baixos índices de confiança no governo, altos índices de corrupção e má distribuição de riqueza. Esta tese é composta de três artigos, sendo o primeiro um ensaio teórico acerca dos três principais construtos, quais sejam: capital social, corrupção e distribuição da riqueza. O segundo é de natureza teórico-empírica, com a execução do teste da Hipótese 1 de que ¿quanto menor o capital social, maior o nível de corrupção em um país¿. Neste artigo, o capital social é a variável independente, enquanto a corrupção é a variável dependente. O terceiro artigo, também, é de natureza teórico-empírica, e traz no seu bojo a aplicação da Hipótese 2 ¿quanto maior o nível de corrupção, mais injusta é a distribuição da riqueza, em um país¿. Neste último estudo, a corrupção é tratada como variável independente, enquanto a distribuição da riqueza é a variável dependente. Os principais resultados indicam que a relação entre o capital social e a corrupção, apesar de ser inversamente proporcional, não é significante, não se confirmando assim a Hipótese 1. Somando a isso, apurou-se como achado da pesquisa a fraca conexão entre a corrupção e a distribuição da riqueza, também não se confirmando a Hipótese 2 pesquisada.
Palavras-chave: Capital social. Corrupção. Distribuição da riqueza.
Feitosa, Lara Isadora. (2022). Social capital, corruption and wealth distribution in Latin
America (Doctoral Thesis, University of Fortaleza, Brasil).

Based on the analysis of theories related to Social Capital, espoused by Baquero (2015), Kliksberg (2000), Lechner (1999), Putnam (1993) and Valdivieso (2003), in which this construct is defined as an attribute of the social structure and refers to the characteristics of social organizations, such...

Based on the analysis of theories related to Social Capital, espoused by Baquero (2015), Kliksberg (2000), Lechner (1999), Putnam (1993) and Valdivieso (2003), in which this construct is defined as an attribute of the social structure and refers to the characteristics of social organizations, such as networks, norms, systems, chains of social relationships and trust, which contribute to increasing the efficiency of collective actions and public policies, in addition to facilitating coordinated, cooperative and shared actions, examined in this thesis, the supposed relationship between Social Capital and Corruption. With regard to corruption, it can be explained as a principal-agent problem and that, from an economic and institutional point of view, several factors motivate the emergence of corruption, such as: lack of competition, excess of discretion, problems of transparency and accountability, legal system, per capita income, educational level, government size, economic openness, religious diversity, among other constants (Bozovic, 2017; Graeff & Svendsen, 2013; Uslaner, 2005). Thus, based on the premises listed on the Corruption construct, its interference on the distribution of wealth was also investigated. In this way, this research develops from the following question: what is the influence of social capital on corruption, and this, in turn, on the distribution of wealth? The general objective of this thesis is to analyze the relationship between social capital and corruption, a continuous act, the influence of corruption, in the distribution of wealth in Latin American countries. Specifically, the research analyzes: the nexus between social capital and corruption and the preponderance of corruption in the distribution of wealth. Data were collected from the secondary databases of the Latinobarometer, the Corruption Perceptions Index [CPI], the Gini Index, and the World Bank. The choice of Latin America was due to the lack of studies on these aspects in the region, despite the low levels of trust in the government, high levels of corruption and poor distribution of wealth. This thesis is composed of three articles, the first being a theoretical essay about the three main constructs, namely: social capital, corruption and wealth distribution. The second is of a theoretical-empirical nature, with the execution of the test of Hypothesis 1 that ¿the lower the social capital, the higher the level of corruption in a country¿. In this article, social capital is the independent variable, while corruption is the dependent variable. The third article is also theoretical-empirical in nature, and includes the application of Hypothesis 2 ¿the higher the level of corruption, the more unfair the distribution of wealth in a country¿. In this last study, corruption is treated as an independent variable, while wealth distribution is the dependent variable. The main results indicate that the relationship between social capital and corruption, despite being inversely proportional, is not significant, thus not confirming Hypothesis 1. In addition, the weak connection between corruption and the distribution of wealth, also not confirming the researched Hypothesis 2.
Keywords: Social capital. Corruption. Wealth distribution, Weak relationship.