COVID-19: análise do perfil de pacientes pediátricos internados em Fortaleza-Ceará [Digital]
Dissertação
Português
616.98:578.828Covid19
Fortaleza, 2022.
126f.
Introdução: No final de 2019, um novo vírus pertencente à família Coronaviridae
foi responsável por casos de pneumonia que logo se espalharam, constituindo uma
pandemia. Até o momento, os estudos demonstram que a população pediátrica
parece possuir algum grau de proteção natural contra esta... Ver mais Introdução: No final de 2019, um novo vírus pertencente à família Coronaviridae
foi responsável por casos de pneumonia que logo se espalharam, constituindo uma
pandemia. Até o momento, os estudos demonstram que a população pediátrica
parece possuir algum grau de proteção natural contra esta infecção, apresentando
menor morbimortalidade associada. A maioria dos pacientes pediátricos avaliados
tiveram infecção oligossintomática ou assintomática. Entretanto, alguns
apresentaram evolução clínica desfavorável, sendo necessário hospitalização.
Pacientes que possuem comorbidades e os que evoluíram com Síndrome
Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) necessitaram, com maior
probabilidade, de suporte clínico intensivo e apresentaram maior risco para desfecho
fatal. Objetivo: analisar a história natural da infecção pelo novo coronavírus (SARSCoV-2) em crianças e adolescentes hospitalizados no município de Fortaleza.
Método: trata-se de estudo observacional e analítico com caráter retrospectivo do
tipo coorte, envolvendo indivíduos, hospitalizados em leitos de pediatria em
Fortaleza-Ceará, com diagnóstico laboratorial confirmado para infecção por SARSCoV-2, entre junho de 2020 e junho de 2021. Foram analisadas características
sociodemográficas, clínicas e laboratoriais. Três desfechos principais foram
avaliados: SIM-P (21 pacientes), admissão em unidade de terapia intensiva (52
pacientes) e óbito (13 pacientes). Resultados: 202 indivíduos menores de 19 anos
com diagnóstico laboratorial confirmado foram incluídos no estudo. A mediana da
idade foi de 6,39 anos; 51,5% eram do sexo masculino; 73,8% tinham alguma
comorbidade e 12,9% apresentaram a forma assintomáticos da infecção por SARSCoV-2. Os sintomas mais comuns na admissão hospitalar, foram febre, tosse e
dispneia. Foi possível observar que indivíduos com SIM-P apresentaram mais
sintomas no trato gastrointestinal [Dor abdominal ¿ OR = 15,56 (1,35 ¿ 179,45)] e
sintomas mucocutâneos [Conjuntivite ¿ OR = 32,76 (2,55 ¿ 420,25) e exantema ¿
[OR = 24,78 (1,71 ¿ 359,42)], provas inflamatórias mais elevadas e maior risco para
doença severa ou crítica, porém não evoluíram com taxas maiores de letalidade. Os
sinais e sintomas mais relacionados com a necessidade de suporte intensivo foram
mialgia [OR = 5,87 (1,63 ¿ 21,17)]; dispneia ¿ [OR = 2,57 (1,09 ¿ 6,11)],; redução da
hemoglobina no hemograma admissional ¿ [OR = 0,79 (0,66 ¿ 0,96)], e lesão renal
aguda ¿ [OR = 4,01 (1,03 ¿ 15,58)],. Também foi observado que comorbidades
específicas, principalmente associadas a imunodepressão, apresentaram maior risco
de evoluir com óbito. Conclusão: Os dados descritos neste trabalho chamam
atenção para grupos com maior morbimortalidade associada ao COVID-19 e sinais
clínicos que podem servir de alerta para evolução não favorável. Desenvolver
protocolos envolvendo estes fatores de risco são ações que podem contribuir para
redução do impacto deste vírus na população pediátrica.
Palavras-chave: COVID-19; Síndrome Inflamatória; Pediatria; Criança Hospitalizada Ver menos
foi responsável por casos de pneumonia que logo se espalharam, constituindo uma
pandemia. Até o momento, os estudos demonstram que a população pediátrica
parece possuir algum grau de proteção natural contra esta... Ver mais Introdução: No final de 2019, um novo vírus pertencente à família Coronaviridae
foi responsável por casos de pneumonia que logo se espalharam, constituindo uma
pandemia. Até o momento, os estudos demonstram que a população pediátrica
parece possuir algum grau de proteção natural contra esta infecção, apresentando
menor morbimortalidade associada. A maioria dos pacientes pediátricos avaliados
tiveram infecção oligossintomática ou assintomática. Entretanto, alguns
apresentaram evolução clínica desfavorável, sendo necessário hospitalização.
Pacientes que possuem comorbidades e os que evoluíram com Síndrome
Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) necessitaram, com maior
probabilidade, de suporte clínico intensivo e apresentaram maior risco para desfecho
fatal. Objetivo: analisar a história natural da infecção pelo novo coronavírus (SARSCoV-2) em crianças e adolescentes hospitalizados no município de Fortaleza.
Método: trata-se de estudo observacional e analítico com caráter retrospectivo do
tipo coorte, envolvendo indivíduos, hospitalizados em leitos de pediatria em
Fortaleza-Ceará, com diagnóstico laboratorial confirmado para infecção por SARSCoV-2, entre junho de 2020 e junho de 2021. Foram analisadas características
sociodemográficas, clínicas e laboratoriais. Três desfechos principais foram
avaliados: SIM-P (21 pacientes), admissão em unidade de terapia intensiva (52
pacientes) e óbito (13 pacientes). Resultados: 202 indivíduos menores de 19 anos
com diagnóstico laboratorial confirmado foram incluídos no estudo. A mediana da
idade foi de 6,39 anos; 51,5% eram do sexo masculino; 73,8% tinham alguma
comorbidade e 12,9% apresentaram a forma assintomáticos da infecção por SARSCoV-2. Os sintomas mais comuns na admissão hospitalar, foram febre, tosse e
dispneia. Foi possível observar que indivíduos com SIM-P apresentaram mais
sintomas no trato gastrointestinal [Dor abdominal ¿ OR = 15,56 (1,35 ¿ 179,45)] e
sintomas mucocutâneos [Conjuntivite ¿ OR = 32,76 (2,55 ¿ 420,25) e exantema ¿
[OR = 24,78 (1,71 ¿ 359,42)], provas inflamatórias mais elevadas e maior risco para
doença severa ou crítica, porém não evoluíram com taxas maiores de letalidade. Os
sinais e sintomas mais relacionados com a necessidade de suporte intensivo foram
mialgia [OR = 5,87 (1,63 ¿ 21,17)]; dispneia ¿ [OR = 2,57 (1,09 ¿ 6,11)],; redução da
hemoglobina no hemograma admissional ¿ [OR = 0,79 (0,66 ¿ 0,96)], e lesão renal
aguda ¿ [OR = 4,01 (1,03 ¿ 15,58)],. Também foi observado que comorbidades
específicas, principalmente associadas a imunodepressão, apresentaram maior risco
de evoluir com óbito. Conclusão: Os dados descritos neste trabalho chamam
atenção para grupos com maior morbimortalidade associada ao COVID-19 e sinais
clínicos que podem servir de alerta para evolução não favorável. Desenvolver
protocolos envolvendo estes fatores de risco são ações que podem contribuir para
redução do impacto deste vírus na população pediátrica.
Palavras-chave: COVID-19; Síndrome Inflamatória; Pediatria; Criança Hospitalizada Ver menos
Introduction: At the end of 2019, a new virus belonging to the Coronaviridae family
was responsible for cases of pneumonia that quickly spread, constituting a pandemic
with alarming numbers and consequences. So far, studies have shown that the
pediatric population seems to have natural protection... Ver mais Introduction: At the end of 2019, a new virus belonging to the Coronaviridae family
was responsible for cases of pneumonia that quickly spread, constituting a pandemic
with alarming numbers and consequences. So far, studies have shown that the
pediatric population seems to have natural protection against this infection, with
lower associated morbidity and mortality. Most patients evaluated in this age group
had oligosymptomatic or asymptomatic infections. However, some of these
presented unfavorable clinical evolution and required greater clinical support,
requiring hospitalization. Patients with comorbidities and those who developed
Multisystem Inflammatory Syndrome in Children (MIS-C) were more likely to need
intensive clinical support and were at higher risk for a fatal outcome. Objective: To
analyze the natural history of the disease caused by the new coronavirus (SARSCoV-2) in hospitalized children and adolescents in the city of Fortaleza. Method: this
is an observational, descriptive and analytical study with a retrospective cohort
character, carried out in pediatric patients, hospitalized in Fortaleza-Ceará, with a
positive test for SARS-CoV-2, between June 2020 and June 2021. Results: 202
individuals under 19 years of age with a confirmed laboratory diagnosis were
included in the study. The median age of these patients was 6.39 years; 51.5% were
male; 73.8% had some comorbidity and 12.9% remained asymptomatic from a
COVID-19 perspective throughout the study. The most common complaints at
hospital admission were fever, cough and dyspnea. The least described were
bradycardia, hemoptysis, ageusia and anosmia. Three main outcomes were
selected: SIM-P (21 patients), admission to the intensive care unit (52 patients) and
death (13 patients). It was possible to observe that patients with SIM-P had more
gastrointestinal symptoms, [Abdominal pain ¿ OR = 15.56 (1.35 ¿ 179.45)]
mucocutaneous symptoms [Conjunctivitis ¿ OR = 32.76 (2.55 ¿ 2.55 ¿ 420.25) and
exanthema ¿ OR = 24.78 (1.71 ¿ 359.42)], higher inflammatory tests and greater risk
for severe or critical illness, but they did not develop higher lethality rates. The signs
and symptoms most related to the need for intensive support were myalgia ¿ OR =
5.87 (1.63 ¿ 21.17); dyspnea ¿ OR = 2.57 (1.09 ¿ 6.11); low levels of hemoglobin in
the admission blood count ¿ OR = 0.79 (0.66 ¿ 0.96) and acute kidney injury ¿ OR =
4.01 (1.03 ¿ 15.58). It was also observed that specific comorbidities, mainly
associated with immunosuppression, presented a higher risk of progressing to death.
Conclusion: The data described in this work draw attention to groups with higher
morbidity and mortality associated with COVID-19 and clinical signs that can serve as
an alert for an unfavorable evolution. Developing protocols involving these risk
factors are actions that can contribute to reducing the impact of this virus in the
pediatric population.
Keywords: COVID-19; Multisystem Inflammatory Syndrome; Pediatrics; Hospitalized
Children. Ver menos
was responsible for cases of pneumonia that quickly spread, constituting a pandemic
with alarming numbers and consequences. So far, studies have shown that the
pediatric population seems to have natural protection... Ver mais Introduction: At the end of 2019, a new virus belonging to the Coronaviridae family
was responsible for cases of pneumonia that quickly spread, constituting a pandemic
with alarming numbers and consequences. So far, studies have shown that the
pediatric population seems to have natural protection against this infection, with
lower associated morbidity and mortality. Most patients evaluated in this age group
had oligosymptomatic or asymptomatic infections. However, some of these
presented unfavorable clinical evolution and required greater clinical support,
requiring hospitalization. Patients with comorbidities and those who developed
Multisystem Inflammatory Syndrome in Children (MIS-C) were more likely to need
intensive clinical support and were at higher risk for a fatal outcome. Objective: To
analyze the natural history of the disease caused by the new coronavirus (SARSCoV-2) in hospitalized children and adolescents in the city of Fortaleza. Method: this
is an observational, descriptive and analytical study with a retrospective cohort
character, carried out in pediatric patients, hospitalized in Fortaleza-Ceará, with a
positive test for SARS-CoV-2, between June 2020 and June 2021. Results: 202
individuals under 19 years of age with a confirmed laboratory diagnosis were
included in the study. The median age of these patients was 6.39 years; 51.5% were
male; 73.8% had some comorbidity and 12.9% remained asymptomatic from a
COVID-19 perspective throughout the study. The most common complaints at
hospital admission were fever, cough and dyspnea. The least described were
bradycardia, hemoptysis, ageusia and anosmia. Three main outcomes were
selected: SIM-P (21 patients), admission to the intensive care unit (52 patients) and
death (13 patients). It was possible to observe that patients with SIM-P had more
gastrointestinal symptoms, [Abdominal pain ¿ OR = 15.56 (1.35 ¿ 179.45)]
mucocutaneous symptoms [Conjunctivitis ¿ OR = 32.76 (2.55 ¿ 2.55 ¿ 420.25) and
exanthema ¿ OR = 24.78 (1.71 ¿ 359.42)], higher inflammatory tests and greater risk
for severe or critical illness, but they did not develop higher lethality rates. The signs
and symptoms most related to the need for intensive support were myalgia ¿ OR =
5.87 (1.63 ¿ 21.17); dyspnea ¿ OR = 2.57 (1.09 ¿ 6.11); low levels of hemoglobin in
the admission blood count ¿ OR = 0.79 (0.66 ¿ 0.96) and acute kidney injury ¿ OR =
4.01 (1.03 ¿ 15.58). It was also observed that specific comorbidities, mainly
associated with immunosuppression, presented a higher risk of progressing to death.
Conclusion: The data described in this work draw attention to groups with higher
morbidity and mortality associated with COVID-19 and clinical signs that can serve as
an alert for an unfavorable evolution. Developing protocols involving these risk
factors are actions that can contribute to reducing the impact of this virus in the
pediatric population.
Keywords: COVID-19; Multisystem Inflammatory Syndrome; Pediatrics; Hospitalized
Children. Ver menos
Bessa, Olivia Andrea de Alencar Costa
Orientador
Colares, Jeová Keny Baima
Banca examinadora
Silva, Virna Costa e
Banca examinadora
Universidade de Fortaleza. Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Dissertação (mestrado)