Quem discrimina homens que soam como gays? O papel do preconceito no processo de contratação [Digital]
Dissertação
Português
159.195
Fortaleza, 2021.
As pistas vocais são usadas para categorizar a orientação sexual das pessoas. Nesse
sentido, ouvir um falante que soa como gay pode provocar discriminação. Contudo,
pesquisas mostram que a categorização per si não leva à discriminação, havendo nessa
relação categorização-discriminação o papel... Ver mais As pistas vocais são usadas para categorizar a orientação sexual das pessoas. Nesse
sentido, ouvir um falante que soa como gay pode provocar discriminação. Contudo,
pesquisas mostram que a categorização per si não leva à discriminação, havendo nessa
relação categorização-discriminação o papel moderador do preconceito sexual. Diante
disso, a presente dissertação teve como objetivo investigar, dentro do contexto brasileiro,
se a voz é suficiente para categorizar os indivíduos como homens heterossexuais ou
homens homossexuais e se essa categorização é suficiente para levar a discriminação ou
se a discriminação ocorre a partir da combinação entre categorização e a avaliação
negativa associada à categorização. Foram realizados dois estudos. O Estudo 1 teve o
intuito de escolher as vozes que seriam utilizadas no estudo posterior, contando com a
participação de 31 pessoas heterossexuais que avaliaram 12 vozes (6 de homens auto
identificados como gays e 6 de homens auto identificados como heterossexuais). Os
participantes ouviram cada uma das doze vozes, avaliando-as em termos de orientação
sexual (em uma escala do tipo kinsey e em uma escala categórica) e de tipicidade de
gênero. Ao fim desse primeiro estudo, 4 vozes foram escolhidas: duas vozes de falantes
majoritariamente classificados como homossexuais sendo homossexuais e duas vozes de
falantes majoritariamente categorizados como heterossexuais sendo heterossexuais. O
Estudo 2 contou com a participação de 127 pessoas heterossexuais, sendo 77 mulheres e
50 homens (Midade = 30,54; DP = 9,36). A maioria dos participantes era da região Nordeste
(N = 119, 93,7%), identificando-se como brancos (n = 69, 54,3%) e de classe média (n =
44, 34,6%), possuindo diploma universitário (n = 71, 55,9 %) e identificando-se
politicamente como esquerda ou extrema-esquerda (n = 66, 52,3%). Os participantes
ouviram um dos candidatos gays ou um dos candidatos heterossexuais e responderam um
questionário avaliando-os em termos de traços de personalidade e empregabilidade. Os
resultados mostraram que os candidatos gays eram discriminados contra candidatos
heterossexuais, mas isso era verdade apenas entre participantes altamente
preconceituosos. Dessa forma, essa pesquisa mostra que a categorização sozinha não é
suficiente para a discriminação, sendo essa relação moderada pelo preconceito.
Palavras-chave: Gaydar; Discriminação; Orientação Sexual; Contratação. Ver menos
sentido, ouvir um falante que soa como gay pode provocar discriminação. Contudo,
pesquisas mostram que a categorização per si não leva à discriminação, havendo nessa
relação categorização-discriminação o papel... Ver mais As pistas vocais são usadas para categorizar a orientação sexual das pessoas. Nesse
sentido, ouvir um falante que soa como gay pode provocar discriminação. Contudo,
pesquisas mostram que a categorização per si não leva à discriminação, havendo nessa
relação categorização-discriminação o papel moderador do preconceito sexual. Diante
disso, a presente dissertação teve como objetivo investigar, dentro do contexto brasileiro,
se a voz é suficiente para categorizar os indivíduos como homens heterossexuais ou
homens homossexuais e se essa categorização é suficiente para levar a discriminação ou
se a discriminação ocorre a partir da combinação entre categorização e a avaliação
negativa associada à categorização. Foram realizados dois estudos. O Estudo 1 teve o
intuito de escolher as vozes que seriam utilizadas no estudo posterior, contando com a
participação de 31 pessoas heterossexuais que avaliaram 12 vozes (6 de homens auto
identificados como gays e 6 de homens auto identificados como heterossexuais). Os
participantes ouviram cada uma das doze vozes, avaliando-as em termos de orientação
sexual (em uma escala do tipo kinsey e em uma escala categórica) e de tipicidade de
gênero. Ao fim desse primeiro estudo, 4 vozes foram escolhidas: duas vozes de falantes
majoritariamente classificados como homossexuais sendo homossexuais e duas vozes de
falantes majoritariamente categorizados como heterossexuais sendo heterossexuais. O
Estudo 2 contou com a participação de 127 pessoas heterossexuais, sendo 77 mulheres e
50 homens (Midade = 30,54; DP = 9,36). A maioria dos participantes era da região Nordeste
(N = 119, 93,7%), identificando-se como brancos (n = 69, 54,3%) e de classe média (n =
44, 34,6%), possuindo diploma universitário (n = 71, 55,9 %) e identificando-se
politicamente como esquerda ou extrema-esquerda (n = 66, 52,3%). Os participantes
ouviram um dos candidatos gays ou um dos candidatos heterossexuais e responderam um
questionário avaliando-os em termos de traços de personalidade e empregabilidade. Os
resultados mostraram que os candidatos gays eram discriminados contra candidatos
heterossexuais, mas isso era verdade apenas entre participantes altamente
preconceituosos. Dessa forma, essa pesquisa mostra que a categorização sozinha não é
suficiente para a discriminação, sendo essa relação moderada pelo preconceito.
Palavras-chave: Gaydar; Discriminação; Orientação Sexual; Contratação. Ver menos
Vocal cues are used to categorize people's sexual orientation. In this sense, listening to a
gay-sounding speaker can lead to discrimination. However, research shows that
categorization itself does not lead to discrimination, with the moderating role of prejudice
in this... Ver mais Vocal cues are used to categorize people's sexual orientation. In this sense, listening to a
gay-sounding speaker can lead to discrimination. However, research shows that
categorization itself does not lead to discrimination, with the moderating role of prejudice
in this categorization-discrimination relationship. Therefore, this dissertation aimed to
investigate, within the Brazilian context, whether the voice is sufficient to categorize
individuals as heterosexual men or homosexual men and whether this categorization is
sufficient to lead to discrimination or whether discrimination occurs from the combination
between categorization and the negative evaluation associated with the categorization.
Two studies were carried out. Study 1 aimed to choose the voices that would be used in
the later study, with the participation of 31 heterosexual people who evaluated 12 voices
(6 of self-identified gay men and 6 of self-identified heterosexual men). Participants
listened to each of the voices, rating them in terms of sexual orientation (on a Kinseytype
scale and on a categorical scale) and gender typicality. At the end of this first study,
4 voices were chosen: two voices of speakers mostly classified as homosexual being
homosexual and two voices of speakers mostly categorized as heterosexual being
heterosexual. Study 2 included the participation of 127 heterosexual people, 77 women
and 50 men (Mage = 30.54; SD = 9.36). most participants were from the Northeast region
(n = 119, 93.7%), identifying themselves as white (n = 69, 54.3%) and middle class (n =
44, 34.6%), having a diploma university (n = 71; 55.9%) and politically identifying
themselves as left or extreme left (n = 66, 52.3%). Participants listened to one of the gay
candidates or one of the heterosexual candidates and answered a questionnaire evaluating
them in terms of personality traits and employability. The results showed that gay
candidates were discriminated against heterosexual candidates, but this was true only
among highly prejudiced participants. Thus, this research shows that categorization alone
is not sufficient for discrimination, and this relationship is moderated by prejudice.
Keywords: Gaydar; Discrimination; Sexual Orientation; Employability. Ver menos
gay-sounding speaker can lead to discrimination. However, research shows that
categorization itself does not lead to discrimination, with the moderating role of prejudice
in this... Ver mais Vocal cues are used to categorize people's sexual orientation. In this sense, listening to a
gay-sounding speaker can lead to discrimination. However, research shows that
categorization itself does not lead to discrimination, with the moderating role of prejudice
in this categorization-discrimination relationship. Therefore, this dissertation aimed to
investigate, within the Brazilian context, whether the voice is sufficient to categorize
individuals as heterosexual men or homosexual men and whether this categorization is
sufficient to lead to discrimination or whether discrimination occurs from the combination
between categorization and the negative evaluation associated with the categorization.
Two studies were carried out. Study 1 aimed to choose the voices that would be used in
the later study, with the participation of 31 heterosexual people who evaluated 12 voices
(6 of self-identified gay men and 6 of self-identified heterosexual men). Participants
listened to each of the voices, rating them in terms of sexual orientation (on a Kinseytype
scale and on a categorical scale) and gender typicality. At the end of this first study,
4 voices were chosen: two voices of speakers mostly classified as homosexual being
homosexual and two voices of speakers mostly categorized as heterosexual being
heterosexual. Study 2 included the participation of 127 heterosexual people, 77 women
and 50 men (Mage = 30.54; SD = 9.36). most participants were from the Northeast region
(n = 119, 93.7%), identifying themselves as white (n = 69, 54.3%) and middle class (n =
44, 34.6%), having a diploma university (n = 71; 55.9%) and politically identifying
themselves as left or extreme left (n = 66, 52.3%). Participants listened to one of the gay
candidates or one of the heterosexual candidates and answered a questionnaire evaluating
them in terms of personality traits and employability. The results showed that gay
candidates were discriminated against heterosexual candidates, but this was true only
among highly prejudiced participants. Thus, this research shows that categorization alone
is not sufficient for discrimination, and this relationship is moderated by prejudice.
Keywords: Gaydar; Discrimination; Sexual Orientation; Employability. Ver menos
Fasoli, Fabio
Coorientador
Morais, Normanda Araújo de
Banca examinadora
Lima, Tiago Jesse Souza de
Banca examinadora
Universidade de Fortaleza. Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Dissertação (mestrado)