Tratamento de parceiros sexuais de gestantes com sífilis e proposta de implantação de uma tecnologia M-health de convocação [Digital]
Tese
Português
616.972
Fortaleza, 2021.
A sífilis é uma infecção de transmissão predominantemente sexual, de fácil diagnóstico, tratamento eficaz e de baixo custo. Quando acomete a gestante, pode provocar a sífilis congênita, infecção passível de prevenção, mas que ocupa lugar de destaque como problema de saúde pública mundial. A ausência...
Ver mais
A sífilis é uma infecção de transmissão predominantemente sexual, de fácil diagnóstico, tratamento eficaz e de baixo custo. Quando acomete a gestante, pode provocar a sífilis congênita, infecção passível de prevenção, mas que ocupa lugar de destaque como problema de saúde pública mundial. A ausência ou inadequação do tratamento de parceiros sexuais de gestantes com sífilis, fundamental para a quebra da cadeia de transmissão, é considerado um dos maiores desafios para o seu enfrentamento. Esta tese tem como objetivos analisar o perfil de gestantes tratadas para sífilis, o tratamento dos parceiros sexuais e fatores associados ao desfecho nos bebês; avaliar os fatores associados ao tratamento de parceiros sexuais de mulheres que apresentaram sífilis durante a gestação e analisar o uso de uma tecnologia m-Health de apoio ao processo de convocação e tratamento de parceiros sexuais de gestantes com sífilis. Para tanto, assume a abordagem quantitativa, com estudos transversais, sendo o primeiro realizado com dados secundários, das fichas de notificação e prontuários médicos de crianças notificadas com sífilis congênita em 2015 em Fortaleza, Ceará, cujas mães foram tratadas durante o pré-natal e tinham parceiro sexual. O segundo realizou uma análise em 12 Unidades de Atenção Primária à Saúde de Fortaleza, Ceará com mulheres diagnosticadas com sífilis durante o pré-natal. Inclui-se, ainda, uma proposta de protocolo de ensaio clínico randomizado com o uso de uma tecnologia m-Health de apoio ao processo de convocação e tratamento de parceiros sexuais de gestantes com sífilis. Os resultados estão formatados em três manuscritos. Quanto ao primeiro, foram notificados 674 casos de sífilis congênita e incluídos 81 cujas mães foram tratadas com três doses de penicilina. Parceiro sexual não tratado esteve associado a bebê reanimado ao nascer (p= 0,038; OR 1,80; IC 1,47-2,21) e bebê apresentar manifestações clínicas ao nascer (p= 0,011; OR 4,75; IC 1,44-15,7). Apresentaram VDRL reagente e manifestações clínicas ao nascer 23 crianças, sendo a icterícia com nível de fototerapia a principal delas. Sobre o segundo, participaram 105 mulheres diagnosticadas com sífilis durante o pré-natal, sendo 66 gestantes e 39 que já haviam parido. Apresentaram associação com parceiro não tratado: idade da mulher menor ou igual a 19 anos (p= 0,03), mulher usuária de drogas (p= 0,05), gestação não planejada (p= 0,00), início do pré-natal no segundo trimestre gestacional (p= 0,05), não morar com o parceiro (p= 0,05), parceiro não ser o pai do bebê (p= 0,05), mulher com mais de um parceiro sexual no último ano (p= 0,03), parceiro ter outra parceria (p= 0,00) e parceiro ter estado ou estar preso (p= 0,03). Em relação ao terceiro manuscrito, foi desenvolvido um protótipo de aplicativo para dispositivos móveis intitulado Psil, cuja finalidade é de apoiar a convocação de parceiros sexuais de gestantes com sífilis, visando auxiliar os profissionais de saúde e as gestantes no processo de comunicação do diagnóstico, possibilitando ampliar a proporção de parceiros tratados. Conclui-se que os desfechos desfavoráveis ocorreram em crianças cujos pais não realizaram o tratamento para sífilis e crianças que apresentaram sinais e sintomas ao nascer não passaram pelas avaliações clínicas recomendadas (1º); é baixa a proporção de parceiros sexuais de mulheres diagnosticadas com sífilis durante a gestação que realizam o tratamento, o que indica a necessidade de se encontrar novas estratégias para aumentar a cobertura de tratamento, com vistas a evitar a reinfecção da mulher e prevenção a sífilis congênita (2º); e acredita-se que o aplicativo (3º) fornecerá subsídios aos responsáveis pelas políticas públicas e profissionais de saúde na adoção de uma estratégia que de fato contribua para a melhoria dos indicadores de parceiros sexuais convocados e tratados.
Palavras-chave: Sífilis Congênita. Infecções Sexualmente Transmissíveis. Assistência Pré-natal. Parceiros Sexuais. Tecnologias em Saúde. Ver menos
Palavras-chave: Sífilis Congênita. Infecções Sexualmente Transmissíveis. Assistência Pré-natal. Parceiros Sexuais. Tecnologias em Saúde. Ver menos
Syphilis is a predominantly sexually transmitted infection, easy to diagnose, with an effective and low treatment cost. When it affects pregnant women, it can cause congenital syphilis, an infection that can be prevented, but which occupies a prominent place as a global public health problem. The...
Ver mais
Syphilis is a predominantly sexually transmitted infection, easy to diagnose, with an effective and low treatment cost. When it affects pregnant women, it can cause congenital syphilis, an infection that can be prevented, but which occupies a prominent place as a global public health problem. The lack or inadequacy of treatment of the sexual partners of pregnant women with syphilis, which is fundamental for breaking the chain of transmission, is considered one of the greatest challenges of facing it. This thesis aims to analyze the profile of pregnant women treated for syphilis, the treatment of sexual partners, and factors associated with the outcome in babies; to evaluate the factors associated with the treatment of sexual partners of women who had syphilis during pregnancy and to analyze the use of an m-Health technology to support the process of assembling and treating sexual partners of pregnant women with syphilis. To this end, it takes a quantitative approach, with cross-sectional studies, the first being carried out with secondary data, from the notification forms and medical records of children diagnosed with congenital syphilis in 2015 in Fortaleza, Ceará, whose mothers had a sexual partner and were treated during prenatal care. The second performed an analysis in 12 Primary Health Care Units in Fortaleza, Ceará with women diagnosed with syphilis during prenatal care. It also includes a proposal for a randomized clinical trial protocol using an m-Health technology to support the process of assembling and treating sexual partners of pregnant women with syphilis. The results were formatted in three manuscripts. As for the first, 674 cases of congenital syphilis were reported, including 81 whose mothers were treated with three doses of penicillin. Untreated sexual partners were associated with babies resuscitated at birth (p=0.038; OR 1.80; CI 1.47-2.21) and babies who presented clinical manifestations at birth (p=0.011; OR 4.75; CI 1.44-15.7). Twenty-three children presented reactive VDRL and clinical manifestations at birth, the main one being jaundice with phototherapy. Regarding the second, there was a participation of 105 women diagnosed with syphilis during prenatal care, 66 of whom were pregnant and 39 who had already given birth. The following were associated with an untreated partner: woman's age less than or equal to 19 years (p=0.03), woman who used drugs (p=0.05), unplanned pregnancy (p=0.00), prenatal care occurring in the second gestational trimester (p=0.05), not living with the partner (p=0.05), partner not being the baby's father (p=0.05), woman with more than one sexual partner during the previous year (p= 0.03), partner has another companion (p= 0.00), and partner has been or is in prison (p= 0.03). Regarding the third manuscript, a prototype of a mobile device app called Psil was developed, whose purpose is to support the summoning of sexual partners of pregnant women with syphilis, aiming to assist health professionals and pregnant women in the process of communicating the diagnosis, promoting an increase in the proportion of treated partners. It is concluded that unfavorable outcomes occurred in children whose parents did not undergo treatment for syphilis and in children who presented signs and symptoms at birth but did not undergo the recommended clinical assessments (1st); there's a low proportion of sexual partners of women diagnosed with syphilis during pregnancy who undergo treatment, which indicates the need to find new strategies to increase treatment coverage, with a view to avoiding reinfection of the woman and preventing congenital syphilis (2nd); and it is believed that the app (3rd) will provide subsidies to those responsible for public policies and health professionals in the adoption of a strategy that actually contributes to the improvement of indicators of treated and summoned sexual partners.
Keywords: Congenital syphilis. Sexually Transmitted Infections. Prenatal care. Sexual Partners. Health Technologies. Ver menos
Keywords: Congenital syphilis. Sexually Transmitted Infections. Prenatal care. Sexual Partners. Health Technologies. Ver menos
Barros, Valeria Lima de
Autor
Araújo, Maria Alix Leite
Orientador
Miranda, Angélica Espinosa Barbosa
Banca examinadora
Rocha, Ana Fátima Braga
Banca examinadora
Abdon, Ana Paula de Vasconcellos
Banca examinadora
Vieira, Luiza Jane Eyre de Souza
Banca examinadora