No Brasil o exercício da prostituição não é criminalizado, é reconhecido como uma
forma de trabalho pelo extinto Ministério do Trabalho através da Classificação
Brasileira de Ocupações. No entanto, apesar de ser considerada uma forma de trabalho,
no Brasil ela não é regulamentada, o que acaba...

No Brasil o exercício da prostituição não é criminalizado, é reconhecido como uma
forma de trabalho pelo extinto Ministério do Trabalho através da Classificação
Brasileira de Ocupações. No entanto, apesar de ser considerada uma forma de trabalho,
no Brasil ela não é regulamentada, o que acaba deslocando a prostituição para a
clandestinidade e aumentando as vulnerabilidades vivenciadas por homens e por
mulheres que a exercem. Nesse processo existem diferentes representações sociais
acerca desse fenômeno e dos trabalhadores do sexo que, influenciam no modo em que a
sociedade percebe e trata quem estar na prostituição. A partir desse cenário, a presente
pesquisa tem como objetivo conhecer as representações sociais de trabalhadores do sexo
sobre a prostituição e seus posicionamentos acerca da regulamentação da profissão a
partir de suas experiências. Participaram 23 trabalhadores do sexo, sendo onze mulheres
e doze homens, com idades variando entre 18 e 34 anos. Foi aplicado um questionário e
um roteiro de entrevista semiestruturada. Por conta do COVID-19, algumas entrevistas
foram realizadas de forma presencial e outras por meio do WhatsApp. As análises dos
dados foram feitas a partir da Análise de Conteúdo e da Teoria das Representações
Sociais. Foi constatado que os trabalhadores do sexo são afetados por diferentes
representações, influenciado na percepção acerca do trabalho e da própria identidade.
As experiências de discriminação, as relações familiares e de amizade, o significado do
dinheiro, a idade, o tempo de exercício e o gênero são fatores essenciais na construção
das representações sociais e no posicionamento sobre a regulamentação.
Palavras-chave: Prostituição; Trabalhadores do Sexo; Representações Sociais;
Trabalho; Posicionamentos acerca da regulamentação.

In Brazil, the practice of prostitution is not criminalized, it is recognized as a form of
work by the defunct Ministry of Labor through the Brazilian Classification of
Occupations. However, despite being considered a form of work, in Brazil it is not
regulated, which ends up displacing prostitution...

In Brazil, the practice of prostitution is not criminalized, it is recognized as a form of
work by the defunct Ministry of Labor through the Brazilian Classification of
Occupations. However, despite being considered a form of work, in Brazil it is not
regulated, which ends up displacing prostitution to the underground and increasing the
vulnerabilities experienced by men and women who exercise it. In this process, there
are different social representations of this phenomenon and of sex workers, who
influence the way in which society perceives and treats those who are in prostitution.
From this scenario, the present research aims to know the social representations of sex
workers about prostitution and their positions regarding the regulation of the profession
from their experiences. 23 sex workers participated, eleven women and twelve men,
with ages varying between 18 and 34 years. A questionnaire and a semi-structured
interview script were applied. Due to COVID-19, some interviews were conducted in
person and others through WhatsApp. The data analyzes were made from Content
Analysis and the Social Representations Theory. It was found that sex workers are
affected by different representations, influenced by the perception about work and their
own identity. The experiences of discrimination, family and friendship relationships, the
meaning of money, age, exercise time and gender are essential factors in the
construction of social representations and in positioning about regulation.
Keywords: Prostitution; Sex workers; Social Representations; Job; Positions about
regulation.