Coisa de menina e coisa de menino: uma análise do sexismo em crianças [Digital]
Dissertação
Português
159.922.1
[Girl thing and boy thing : an analysis of sexism in childhood]
Fortaleza, 2020.
O presente trabalho teve como objetivo analisar o sexismo em crianças a partir da atribuição
de papéis sociais de gênero. Embora combatido pelos movimentos feministas, pelos
documentos regulatórios conquistados no campo jurídico e político, o sexismo ainda é muito
presente nas sociedades e é um tema... Ver mais O presente trabalho teve como objetivo analisar o sexismo em crianças a partir da atribuição
de papéis sociais de gênero. Embora combatido pelos movimentos feministas, pelos
documentos regulatórios conquistados no campo jurídico e político, o sexismo ainda é muito
presente nas sociedades e é um tema que deve ser debatido no intuito da constante busca da
igualdade de gênero. Pesquisas realizadas com crianças apontam que a desigualdade entre
gêneros pode surgir ainda na infância, principalmente em situações sociais com adultos. À
medida que as crianças crescem, os estereótipos de gênero e os padrões de segregação
desenvolvidos na infância passam a fazer parte da forma como serão construídas as futuras
relações entre homens e mulheres.Esses estereótipos e relações, baseados na supremacia
masculina, compõemo substrato psicológico que explica o preconceito dirigido às mulheres.
Esse preconceito é denominado de sexismo e é dirigido a meninas e mulheres. A teoria do
sexismo ambivalente descreve a existência de expressões de sexismo tidas como
ambivalentes: hostil e benevolente.Deste modo, a presente pesquisa teve o intuito
deidentificar os estereótipos de gênero atribuídos a personagens femininos e masculinos
eanalisar o sexismo a partir das justificativas atribuídas aos papéis sociais de gênero. Assim,
foi realizada uma pesquisa com 36 crianças de uma escola pública em Fortaleza, entre 8 e 10
anos. Os participantes responderam a umquestionário de caracterização da amostra, além de
um questionário sobre atividades cotidianas de meninos, meninas, homens e mulheres. Na
sequência, participantes da pesquisa responderam a uma entrevista semiestruturada. As
entrevistas foram transcritas de modo integral e categorizadas a partir da análise de conteúdo.
Os conteúdos foramdiscutidos à luz da teoria do Sexismo Ambivalente.Os questionários
foram também analisados nessa perspectiva e discutidos à luz da literatura científica e de
publicações midiáticas acerca dos temas. Os resultados indicaram que meninas e meninos
entre 8 e 10 anosreproduzem padrões sexistas em relação a atividades domésticas,
brincadeiras infantis e características comportamentais, ressaltando aqui a apresentação mais
constante do sexismo benevolente.Os resultados encontrados corroboram as considerações
teóricas sobre o sexismo ambivalente e sobre a importância dos processos de socialização na
infância.Apontamtambém para a presença de estereótipos de gênero no discurso da criança,
especialmente no que se referem a brincadeiras e expectativas na execução de trabalho e
escolha de profissões. A presente pesquisafomenta reflexões que podem contribuir
paramudanças relacionadas ao preconceito e à discriminação de gênero.
Palavras-chave:Sexismo;Socialização;Crianças. Ver menos
de papéis sociais de gênero. Embora combatido pelos movimentos feministas, pelos
documentos regulatórios conquistados no campo jurídico e político, o sexismo ainda é muito
presente nas sociedades e é um tema... Ver mais O presente trabalho teve como objetivo analisar o sexismo em crianças a partir da atribuição
de papéis sociais de gênero. Embora combatido pelos movimentos feministas, pelos
documentos regulatórios conquistados no campo jurídico e político, o sexismo ainda é muito
presente nas sociedades e é um tema que deve ser debatido no intuito da constante busca da
igualdade de gênero. Pesquisas realizadas com crianças apontam que a desigualdade entre
gêneros pode surgir ainda na infância, principalmente em situações sociais com adultos. À
medida que as crianças crescem, os estereótipos de gênero e os padrões de segregação
desenvolvidos na infância passam a fazer parte da forma como serão construídas as futuras
relações entre homens e mulheres.Esses estereótipos e relações, baseados na supremacia
masculina, compõemo substrato psicológico que explica o preconceito dirigido às mulheres.
Esse preconceito é denominado de sexismo e é dirigido a meninas e mulheres. A teoria do
sexismo ambivalente descreve a existência de expressões de sexismo tidas como
ambivalentes: hostil e benevolente.Deste modo, a presente pesquisa teve o intuito
deidentificar os estereótipos de gênero atribuídos a personagens femininos e masculinos
eanalisar o sexismo a partir das justificativas atribuídas aos papéis sociais de gênero. Assim,
foi realizada uma pesquisa com 36 crianças de uma escola pública em Fortaleza, entre 8 e 10
anos. Os participantes responderam a umquestionário de caracterização da amostra, além de
um questionário sobre atividades cotidianas de meninos, meninas, homens e mulheres. Na
sequência, participantes da pesquisa responderam a uma entrevista semiestruturada. As
entrevistas foram transcritas de modo integral e categorizadas a partir da análise de conteúdo.
Os conteúdos foramdiscutidos à luz da teoria do Sexismo Ambivalente.Os questionários
foram também analisados nessa perspectiva e discutidos à luz da literatura científica e de
publicações midiáticas acerca dos temas. Os resultados indicaram que meninas e meninos
entre 8 e 10 anosreproduzem padrões sexistas em relação a atividades domésticas,
brincadeiras infantis e características comportamentais, ressaltando aqui a apresentação mais
constante do sexismo benevolente.Os resultados encontrados corroboram as considerações
teóricas sobre o sexismo ambivalente e sobre a importância dos processos de socialização na
infância.Apontamtambém para a presença de estereótipos de gênero no discurso da criança,
especialmente no que se referem a brincadeiras e expectativas na execução de trabalho e
escolha de profissões. A presente pesquisafomenta reflexões que podem contribuir
paramudanças relacionadas ao preconceito e à discriminação de gênero.
Palavras-chave:Sexismo;Socialização;Crianças. Ver menos
The present study aimed to analyze sexism in children based on the attribution of social
gender roles. Although it is fought by feminist movements, by the regulatory documents
achieved in both legal and political fields, sexism is still very present in societies and it is an
issue that must be... Ver mais The present study aimed to analyze sexism in children based on the attribution of social
gender roles. Although it is fought by feminist movements, by the regulatory documents
achieved in both legal and political fields, sexism is still very present in societies and it is an
issue that must be debated in order to constantly seek gender equality. Studies carried out with
children indicate that gender inequality can arise even in childhood, especially in social
situations with adults. As children grow up, gender stereotypes and segregation patterns
developed in childhood become part of the manner future relationships between men and
women will be built. These stereotypes and relationships, based on male supremacy, make up
the psychological substrate which explains the prejudice towards women. This prejudice is
named sexism and it is aimed at girls and women. The ambivalent sexism theory describes the
existence of expressions of sexism which are considered ambivalent: hostile and benevolent.
Therefore, the present research had the purpose to identify the gender stereotypes attributed to
female and male characters and to analyze sexism based on the reasons attributed to social
gender roles. Thus, a survey was carried out with 36 children, aged between 8 and 10 years,
from a public school in Fortaleza. Participants answered a questionnaire to characterize the
sample, in addition to a questionnaire concerning the daily activities of boys, girls, men and
women. Then, the research participants responded to a semi-structured interview. The
interviews were fully transcribed and categorized based on content analysis. The contents
were discussed in the light of the theory of Ambivalent Sexism. The questionnaires were also
analyzed based on the referred perspective and discussed in the light of scientific literature
and media publications about the topis. The results showed that girls and boys between 8 and
10 years old reproduce sexist patterns in relation to domestic activities, children's games and
behavioral characteristics, highlighting here the most constant presentation of benevolent
sexism. The found results corroborate the theoretical considerations about ambivalent sexism
and about the importance of socialization processes in childhood. The findings also point to
the presence of gender stereotypes in the child's discourse, especially with regard to games
and expectations in work performance and choice of professions. This study fostes reflections
that can contribute to changes related to prejudice and gender discrimination.
Keywords: Sexism;Socialization;Children. Ver menos
gender roles. Although it is fought by feminist movements, by the regulatory documents
achieved in both legal and political fields, sexism is still very present in societies and it is an
issue that must be... Ver mais The present study aimed to analyze sexism in children based on the attribution of social
gender roles. Although it is fought by feminist movements, by the regulatory documents
achieved in both legal and political fields, sexism is still very present in societies and it is an
issue that must be debated in order to constantly seek gender equality. Studies carried out with
children indicate that gender inequality can arise even in childhood, especially in social
situations with adults. As children grow up, gender stereotypes and segregation patterns
developed in childhood become part of the manner future relationships between men and
women will be built. These stereotypes and relationships, based on male supremacy, make up
the psychological substrate which explains the prejudice towards women. This prejudice is
named sexism and it is aimed at girls and women. The ambivalent sexism theory describes the
existence of expressions of sexism which are considered ambivalent: hostile and benevolent.
Therefore, the present research had the purpose to identify the gender stereotypes attributed to
female and male characters and to analyze sexism based on the reasons attributed to social
gender roles. Thus, a survey was carried out with 36 children, aged between 8 and 10 years,
from a public school in Fortaleza. Participants answered a questionnaire to characterize the
sample, in addition to a questionnaire concerning the daily activities of boys, girls, men and
women. Then, the research participants responded to a semi-structured interview. The
interviews were fully transcribed and categorized based on content analysis. The contents
were discussed in the light of the theory of Ambivalent Sexism. The questionnaires were also
analyzed based on the referred perspective and discussed in the light of scientific literature
and media publications about the topis. The results showed that girls and boys between 8 and
10 years old reproduce sexist patterns in relation to domestic activities, children's games and
behavioral characteristics, highlighting here the most constant presentation of benevolent
sexism. The found results corroborate the theoretical considerations about ambivalent sexism
and about the importance of socialization processes in childhood. The findings also point to
the presence of gender stereotypes in the child's discourse, especially with regard to games
and expectations in work performance and choice of professions. This study fostes reflections
that can contribute to changes related to prejudice and gender discrimination.
Keywords: Sexism;Socialization;Children. Ver menos
Viana, Luciana Maria Maia
Orientador
Viana, Luciana Maria Maia
Banca examinadora
Souza, Luana Elayne Cunha de
Banca examinadora
Belo, Raquel Pereira
Banca examinadora
Universidade de Fortaleza. Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Dissertação (mestrado)