A pandemia da COVID-19 fomentou o debate sobre o acesso à alimentação adequada e saudável, especialmente entre os mais vulneráveis. Os riscos para a fome e a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) dos brasileiros foram aprofundados com as medidas adotadas pelo governo buscando mitigar a propagação...

A pandemia da COVID-19 fomentou o debate sobre o acesso à alimentação adequada e saudável, especialmente entre os mais vulneráveis. Os riscos para a fome e a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) dos brasileiros foram aprofundados com as medidas adotadas pelo governo buscando mitigar a propagação da doença. Dentre estas medidas, encontra-se a interrupção das aulas presenciais em instituições de ensino superior e o fechamento dos Restaurantes Universitários, os quais garantiam o acesso a uma alimentação adequada através do fornecimento de refeições subsidiadas pela assistência estudantil. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a situação de (in) segurança alimentar e nutricional de estudantes universitários durante o período da pandemia da COVID-19. Trata-se de um estudo quantitativo e transversal realizado através da aplicação do questionário da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) em alunos de graduação da rede pública dos estados da Bahia e Ceará. Participaram da pesquisa 428 estudantes, o número mediano de respostas positivas à EBIA foi de quatro questões. Um total de 67 respondentes não pontuaram em qualquer um dos questionamentos da escala e essa quantidade expressa que 15,7% dos estudantes não apresentam qualquer grau de IA. A prevalência de insegurança alimentar foi de 84,3%, sendo 35,7% de grau leve, 23,6% grau moderado e 25% grau grave. Os resultados encontrados são alarmantes e demonstram como a pandemia da COVID-19, com o fechamento dos Restaurantes Universitários, vem aprofundando os riscos para a SAN e a fome destes grupos, principalmente entre estudantes negros e/ou estrangeiros.
Palavras-chave: COVID-19; Pandemias; Segurança Alimentar e Nutricional; Política Pública.

The COVID-19 pandemic has fueled the debate about access to adequate and healthy food, especially among the most vulnerable. The risks to hunger and food and nutritional security of brazilians were deepened with the measures adopted by the government seeking to mitigate the spread of the disease....

The COVID-19 pandemic has fueled the debate about access to adequate and healthy food, especially among the most vulnerable. The risks to hunger and food and nutritional security of brazilians were deepened with the measures adopted by the government seeking to mitigate the spread of the disease. Among these measures, there is the interruption of face-to-face classes at higher education institutions and the closure of University Restaurants, which guaranteed access to adequate food through the provision of meals subsidized by student assistance. In this context, the objective of this work was to assess the situation of (un) food and nutritional security of university students during the pandemic period of COVID-19. This is a quantitative and cross-sectional study carried out by applying the questionnaire of the Brazilian Food Insecurity Scale (EBIA) to undergraduate students in the states of Bahia and Ceará. 428 students participated in the survey, the median number of positive responses to EBIA was four questions. A total of 67 respondents did not score in any of the questions on the scale and this amount expresses that 15.7% of students do not have any degree of AI. The prevalence of food insecurity was 84.3%, with 35.7% being mild, 23.6% being moderate and 25% being severe. The results found are alarming and demonstrate how the COVID-19 pandemic, with the closure of University Restaurants, has deepened the risks to food and nutritional security and the hunger of these groups, especially among black and / or foreign students.
Keywords: COVID-19; Pandemics; Food and Nutrition Security; Public Policy.