Introdução: essa pesquisa abrange o conhecimento sobre o comportamento de risco para lesões no sistema musculoesquelético em virtude do uso excessivo do smartphone pelos adolescentes de ensino médio de escolas de tempo integral. Objetivo: avaliar a relação entre as alterações posturais e álgicas da...

Introdução: essa pesquisa abrange o conhecimento sobre o comportamento de risco para lesões no sistema musculoesquelético em virtude do uso excessivo do smartphone pelos adolescentes de ensino médio de escolas de tempo integral. Objetivo: avaliar a relação entre as alterações posturais e álgicas da região cervical com o uso de smartphone em adolescentes. Métodos: trata-se de um estudo transversal e analítico, desenvolvido entre setembro e outubro de 2019, realizado em Escolas Estaduais de Educação Profissional (EEEPs) de ensino médio, distribuídas nas seis Secretarias Executivas Regionais da cidade de Fortaleza-Ce, compondo uma amostra probabilística. Participaram 286 adolescentes (15-19 anos), frequentando da 1ª a 3ª série do ensino médio e que possuíssem smartphone. Estes foram submetidos a coleta em duas etapas: na primeira foram aplicados cinco questionários: 1) Questionário sociodemográfico, condições de saúde e uso do smartphone 2) Questionário Internacional de Atividade Física versão curta, 3) Smartphone Addiction Inventory (SPAI-BR), 4) Questionário Nórdico de Sintomas Musculoesqueléticos 5) Self-Report Questionnaire (SRQ-20) versão brasileira. Na segunda etapa foram realizadas a avaliação antropométrica (peso e altura) e postural (fotogrametria). Na fotogrametria foram analisados os alinhamentos posturais na visão anterior (alinhamento horizontal da cabeça ¿ AHC e alinhamento horizontal do acrômio ¿ AHA) e lateral (alinhamento horizontal da cabeça ¿ AHC e alinhamento vertical da cabeça ¿ AVC) durante o uso do smartphone em comparação a posição anatômica. Resultados: Houve maior percentual de adolescentes do sexo masculino (n=153; 53,5%), idade de 16 anos (n=90; 31,5%), classe social D (n=150; 52,4%). Dentre as razões para o uso do smartphone pelos adolescentes, destacam-se acessar as redes sociais, assistir filmes e jogar, bem como usar WhatsApp para fins de comunicação, com um tempo de uso de 5,8 ± 3,5 horas na semana e de 8,8 ± 5,0 no final de semana. A dependência do smartphone apresentou prevalência de 62,6%, e mostrou associação com menor idade (OR=0,59; p=0,001), menos horas de sono (OR=0,71; p=0,013), mais tempo de uso no final de semana (OR=1,09; p=0,021), queixa de dor cervical (OR=2,25; p=0,009) e suspeita de transtorno mental comum (OR=1,20; p=0,000). Ao analisar o alinhamento postural na visão anterior, observou-se redução significativa da inclinação lateral de cabeça (AHC) ao digitar no smartphone (p=0,002) comparado a posição anatômica (baseline). Na visão lateral foi constatado aumento da anteriorização de cabeça pelos AHC (p=0,000 lados D e E) e AVC (p=0,000 lados D e E) na posição digitando no smartphone em comparação a posição anatômica. Houve associação significativa entre a anteriorização de cabeça e a dependência (p<0,05). Conclusão: Evidenciou-se elevada dependência do smartphone nos adolescentes da amostra, relacionada a múltiplos fatores. Foi verificado que ao usar o smartphone, o adolescente apresenta uma alteração postural na região cervical, destacadamente a anteriorização de cabeça. Diante desses achados, alerta-se para a importância de campanhas educativas e de promoção de saúde que orientem os adolescentes, pais, educadores e profissionais de saúde quanto aos riscos do uso excessivo de smartphones à saúde dos adolescentes.
Palavras-chave: Adolescentes. Smartphone. Dependência. Postura. Fatores de Risco.

Introduction: This research embraces the knowledge about the risky behaviour to injuries in the musculoskeletal due to the excessive use of the smartphone by high school teenagers on full time curriculum. Objective: Evaluate the relation between postural and algical changes on the cervical region...

Introduction: This research embraces the knowledge about the risky behaviour to injuries in the musculoskeletal due to the excessive use of the smartphone by high school teenagers on full time curriculum. Objective: Evaluate the relation between postural and algical changes on the cervical region due to the smartphone use by adolescents. Methods: It¿s a transversal and analytical study developed between September and October in 2019, held on Professional Education State Schools for high school, spread through the six Regional Executive Bureaux of Fortaleza City in Ceará, composing this research into a probabilistic sample. 286 teenagers (between 15-19 y/o), coursing from the 1st grade to the 3rd grade of the high school programme, and who have smartphones, took part in this research. They were submitted to the data gathering in two stages: in the first stage, five surveys were applied: 1) Demographic survey, health condition and the smartphone use; 2) International Physical Activity Survey ¿ short version; 3) Smartphone Addiction Inventory (SPAI-BR); 4) Nordic Musculoskeletal Symptoms Survey; and 5) Self-Report Questionnaire (SRQ-20) Brazilian version. On the second stage, were applied an anthropometric (weight and height) evaluation and a postural (photogrammetry) evaluation. In the photogrammetry evaluation were analysed the postural alignments in anterior view (head horizontal alignment ¿ HHA and acromial horizontal alignment ¿ AHA) and lateral (head horizontal alignment ¿ HHA and head vertical alignment ¿ HVA) during the smartphone use in compare to the anatomic position. Results: There was major percentage of male adolescents (n=153; 53,5%), 16 years old (n=90; 31,5%), social class D (n=150; 52,4%). Among the reasons for the smartphone use by teenagers, we highlight the social media access, watching movies and playing video games, as well as using Whatsapp for communication purposes, within a time of use of 5,8 ± 3,5 hours a week and 8,8 ± 5,0 hours on weekends. The smartphone dependence presents prevalence on 62,6% and has shown association to minor age (OR=0,59; p=0,001), less sleep-time hours (OR=0,71; p=0,013), more time of use on weekends (OR=1,09; p=0,021), cervical pain complaints (OR=2,25; p=0,009) and suspicion of Common Mental Disorders (OR=1,20; p=0,000). Analysing the postural alignment in anterior view, we observed significatively reduction on the head lateral inclination (HHA) when typing on the smartphone (p=0,002), compared to the anatomic position (baseline). In the lateral view, it was proven the increase of the head anteriorization angle by the HHA (p=0,000 sides D and E) and HVA (p=0,000 sides D and E) on the typing position at the smartphone in comparison to the anatomic position. There was a significatively association between the head anteriorization and the smartphone dependence (p<0,05). Conclusion: We confirm the high-level dependence on the smartphone in the adolescents of the sample, related to multiple factors. It was verified that by using the smartphone, the teenager shows a posture change on the cervical region, standing out the head anteriorization. Before these findings, we alert the importance of education and health support campaigns which may guide parents, educators, and health professionals about the risks of the excessive use of smartphones for adolescents¿ health.
Key-words: Adolescents. Smartphone. Dependence. Posture. Risk Factors.