O presente trabalho consiste em um estudo que visa problematizar as autorrepresentações e suas
implicações nos modos de subjetivação contemporâneos. A obra Excellences & Perfections da
artista Amalia Ulman, bem como a psicanálise, a arte e as ciências sociais consistiram nos campos
teóricos que sustentaram as discussões propostas. Tratamos os conceitos de contemporaneidade,
cultura da imagem, (auto)representação e identidade a partir de teóricos das ciências sociais e da
filosofia. O aporte psicanalítico fica marcado por conceitos como mal-estar, Eu, sujeito,
narcisismo, identificação, imaginário, dentre outros. O trabalho foi estruturado a partir de três eixos
fundamentais: i) Os impactos da relação entre imagem e consumo nos modos de subjetivação
contemporâneos; ii) As especificidades da construção de identidades e representações de si no
contexto da era digital, marcada pelo fenômeno selfie; iii) Possibilidades disruptivas a partir da arte
contemporânea em sua interface com a psicanálise, ante aos discursos hegemônicos e aos processos
de dessubjetivação. Este estudo consiste em uma pesquisa de abordagem qualitativa, alinhada aos
pressupostos da pesquisa em psicanálise. Apontamos para a possibilidade de resistências que
utilizam as imagens (e as selfies) como instrumento de luta contra os processos de dessubjetivação
e assujeitamento. Assim, observamos a especificidade fotográfica não apenas sob o ponto de vista
da crítica da representação, mas também dando destaque para as importantes ¿políticas da
representação¿, que abrem espaço para a afirmação da heterogeneidade das múltiplas identidades
de sujeitos que, ainda hoje, sofrem duras penas por não compactuarem com as normas
colonizadoras, sexistas e patriarcais de nossa sociedade.
Palavras-chave: Autorrepresentação; Identidade; Imagem; Psicanálise e arte; Política. Ver menos

This research proposes a study that aims to problematize self-presentations and their implications
in contemporary modes of subjectivation. The work of art Excellences & Perfections by Amalia
Ulman, as well as psychoanalysis, art and social sciences, consists of theoretical fields that
supported the proposed discussions. We treat the concepts of contemporaneity, image culture,
(self)presentation and identity from social science and philosophy theorists. The psychoanalytical
contribution is marked by concepts such as malaise, self, subject, narcissism, identification,
imaginary, among others. The work was structured from three fundamental axes: i) Impacts of the
relationship between image and consumption in contemporary modes of subjectivation; ii) The
specificities of the construction of identities and self-presentations in the context of the digital age,
marked by the selfie phenomenon; iii) Disruptive possibilities based on contemporary art in its
interface with psychoanalysis, before hegemonic discourses and desubjectivation processes. This
study consists of a research of qualitative approach, aligned with the assumptions of research in
psychoanalysis. We point to the possibility of resistances that use images (and selfies) as an
instrument to fight against the processes of desubjectivation and subjection. Thus, we observe the
photographic specificity not only from the point of view of the critique of representation, but also
highlighting the important ¿politics of representation¿, which make room for the affirmation of the
heterogeneity of the multiple identities of subjects who, even today, suffer harsh penalties for not
complying with the colonizing, sexist and patriarchal norms of our society.
Keywords: Self-presentation; Identity; Image; Psychoanalysis and art; Politics Ver menos