Resistência e subversão na história do movimento psicanalítico: o sujeito como a política da psicanálise [Digital]
Dissertação
Português
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[Resistance and subversion in the history of the psychoanalytic movement : the subject s a politic of psychoanalysis]
Fortaleza, 2018.
A resistência é um tema abordado na psicanálise desde as primeiras elaborações de
Freud na clínica, quando constatou as dificuldades apresentadas por seus pacientes de ir
mais além no trabalho com o inconsciente. Entretanto, esse não é o único sentido que
Freud estabelece para a resistência em sua... Ver mais A resistência é um tema abordado na psicanálise desde as primeiras elaborações de
Freud na clínica, quando constatou as dificuldades apresentadas por seus pacientes de ir
mais além no trabalho com o inconsciente. Entretanto, esse não é o único sentido que
Freud estabelece para a resistência em sua obra. Ele também nomeia de resistência
fenômenos que se apresentam contra a psicanálise à medida que constrói os
fundamentos teóricos da psicanálise. Tomamos esse segundo sentido como caminho
para pensar os impasses que surgem contra a psicanálise, fazendo um retorno à história
de seu movimento, percorrendo os rumos que possam iluminar a sua posição ao longo
da história, para que, assim, possamos nos endereçar ao futuro e lidar com os conflitos
que poderão surgir. Desse modo, realizamos três recortes que consideramos relevante
para realizar as discussões: no primeiro, tratamos da resistência à psicanálise nos seus
primórdios à medida que Freud elaborava uma teoria consistente e subversiva sobre a
sexualidade; no segundo, abordamos a problemática do saber e ensino à medida que o
movimento se institucionaliza e adentra às universidades levantando novos tipos de
resistência à psicanálise; no terceiro, tratamos de uma resistência que se atualiza nos
dias de hoje pelo campo das políticas públicas em saúde mental através do tratamento
do autismo. Mesmo com todas essas resistências que continuam a se atualizar, a
psicanálise sobrevive há mais de cem anos e isso se dá por meio do trabalho de
insistência e subversão realizado ao longo do movimento. Freud abre os caminhos
quando funda um novo campo teórico, desconstruindo os dualismos entre mente e
corpo, normal e patológico. Lacan institui uma nova concepção sobre formação
atravessada pelos fundamentos próprios da psicanálise. No caso da relação entre
psicanálise e saúde mental, é por meio da sua perspectiva de clínica fundamentada pela
ética do sujeito que a psicanálise contribui para esse campo desde a reforma psiquiátrica
até os dias de hoje com o autismo. Assim, concluímos que a psicanálise está sempre
fadada a sofrer resistências por ela estar na linha de frente, tendo como sua política o
sujeito. Por isso cabe a ela continuar resistindo de forma advertida, comprometida e
engajada sempre no sentido de trazer o sujeito à tona por meio da insistência em um
trabalho no laço social que se instaura pela via da subversão.
Palavras-chave: Psicanálise; Resistência; Subversão; Política; Sujeito. Ver menos
Freud na clínica, quando constatou as dificuldades apresentadas por seus pacientes de ir
mais além no trabalho com o inconsciente. Entretanto, esse não é o único sentido que
Freud estabelece para a resistência em sua... Ver mais A resistência é um tema abordado na psicanálise desde as primeiras elaborações de
Freud na clínica, quando constatou as dificuldades apresentadas por seus pacientes de ir
mais além no trabalho com o inconsciente. Entretanto, esse não é o único sentido que
Freud estabelece para a resistência em sua obra. Ele também nomeia de resistência
fenômenos que se apresentam contra a psicanálise à medida que constrói os
fundamentos teóricos da psicanálise. Tomamos esse segundo sentido como caminho
para pensar os impasses que surgem contra a psicanálise, fazendo um retorno à história
de seu movimento, percorrendo os rumos que possam iluminar a sua posição ao longo
da história, para que, assim, possamos nos endereçar ao futuro e lidar com os conflitos
que poderão surgir. Desse modo, realizamos três recortes que consideramos relevante
para realizar as discussões: no primeiro, tratamos da resistência à psicanálise nos seus
primórdios à medida que Freud elaborava uma teoria consistente e subversiva sobre a
sexualidade; no segundo, abordamos a problemática do saber e ensino à medida que o
movimento se institucionaliza e adentra às universidades levantando novos tipos de
resistência à psicanálise; no terceiro, tratamos de uma resistência que se atualiza nos
dias de hoje pelo campo das políticas públicas em saúde mental através do tratamento
do autismo. Mesmo com todas essas resistências que continuam a se atualizar, a
psicanálise sobrevive há mais de cem anos e isso se dá por meio do trabalho de
insistência e subversão realizado ao longo do movimento. Freud abre os caminhos
quando funda um novo campo teórico, desconstruindo os dualismos entre mente e
corpo, normal e patológico. Lacan institui uma nova concepção sobre formação
atravessada pelos fundamentos próprios da psicanálise. No caso da relação entre
psicanálise e saúde mental, é por meio da sua perspectiva de clínica fundamentada pela
ética do sujeito que a psicanálise contribui para esse campo desde a reforma psiquiátrica
até os dias de hoje com o autismo. Assim, concluímos que a psicanálise está sempre
fadada a sofrer resistências por ela estar na linha de frente, tendo como sua política o
sujeito. Por isso cabe a ela continuar resistindo de forma advertida, comprometida e
engajada sempre no sentido de trazer o sujeito à tona por meio da insistência em um
trabalho no laço social que se instaura pela via da subversão.
Palavras-chave: Psicanálise; Resistência; Subversão; Política; Sujeito. Ver menos
Resistance has been a subject studied in psychoanalysis since Freud's earliest clinical
work, when he noted the difficulties presented by his patients to go even further at work
with the unconscious. However, this is not the only meaning Freud establishes for
resistance in his work. He also names... Ver mais Resistance has been a subject studied in psychoanalysis since Freud's earliest clinical
work, when he noted the difficulties presented by his patients to go even further at work
with the unconscious. However, this is not the only meaning Freud establishes for
resistance in his work. He also names resistance phenomena that present themselves
against psychoanalysis as it constructs the theoretical foundations of psychoanalysis.
We take this second sense as a way to think of the impasses that arise against
psychoanalysis, making a return to the history of its movement, traversing the directions
that can illuminate its position throughout history, so that we can address the future and
dealing with the conflicts that may arise. Thus, we make three cuts that we consider
relevant to carry out the discussions: in the first, we deal with resistance to
psychoanalysis in its early stages as Freud elaborated a consistent and subversive theory
about sexuality; in the second, we approach the problematic of knowledge and teaching
as the movement becomes institutionalized and enters the universities raising new types
of resistance to psychoanalysis; in the third, we deal with a resistance that is updated
today by the field of public policies on mental health through the treatment of autism.
Even with all these resistances that continue to be updated, psychoanalysis has survived
for more than a hundred years and this is done through the work of insistence and
subversion carried out throughout the movement. Freud opens the way when he founds
a new theoretical field, deconstructing the dualisms between mind and body, normal
and pathological. Lacan institutes a new conception of formation traversed by the
foundations of psychoanalysis. In the case of the relationship between psychoanalysis
and mental health, it is through his clinical perspective based on the ethics of the subject
that psychoanalysis contributes to this field from the psychiatric reform to the present
day with autism. Thus, we conclude that psychoanalysis is always doomed to suffer
resistance because it is on the front line, having as its policy the subject. That is why it
is up to psychoanalysis to continue resisting in a warned, committed and always
engaged way of bringing the subject to the surface by insisting on a work in the social
bond that is established by the way of subversion.
Keywords: Psychoanalysis; Resistance; Subversion; Politics; Subject. Ver menos
work, when he noted the difficulties presented by his patients to go even further at work
with the unconscious. However, this is not the only meaning Freud establishes for
resistance in his work. He also names... Ver mais Resistance has been a subject studied in psychoanalysis since Freud's earliest clinical
work, when he noted the difficulties presented by his patients to go even further at work
with the unconscious. However, this is not the only meaning Freud establishes for
resistance in his work. He also names resistance phenomena that present themselves
against psychoanalysis as it constructs the theoretical foundations of psychoanalysis.
We take this second sense as a way to think of the impasses that arise against
psychoanalysis, making a return to the history of its movement, traversing the directions
that can illuminate its position throughout history, so that we can address the future and
dealing with the conflicts that may arise. Thus, we make three cuts that we consider
relevant to carry out the discussions: in the first, we deal with resistance to
psychoanalysis in its early stages as Freud elaborated a consistent and subversive theory
about sexuality; in the second, we approach the problematic of knowledge and teaching
as the movement becomes institutionalized and enters the universities raising new types
of resistance to psychoanalysis; in the third, we deal with a resistance that is updated
today by the field of public policies on mental health through the treatment of autism.
Even with all these resistances that continue to be updated, psychoanalysis has survived
for more than a hundred years and this is done through the work of insistence and
subversion carried out throughout the movement. Freud opens the way when he founds
a new theoretical field, deconstructing the dualisms between mind and body, normal
and pathological. Lacan institutes a new conception of formation traversed by the
foundations of psychoanalysis. In the case of the relationship between psychoanalysis
and mental health, it is through his clinical perspective based on the ethics of the subject
that psychoanalysis contributes to this field from the psychiatric reform to the present
day with autism. Thus, we conclude that psychoanalysis is always doomed to suffer
resistance because it is on the front line, having as its policy the subject. That is why it
is up to psychoanalysis to continue resisting in a warned, committed and always
engaged way of bringing the subject to the surface by insisting on a work in the social
bond that is established by the way of subversion.
Keywords: Psychoanalysis; Resistance; Subversion; Politics; Subject. Ver menos
Lima, Maria Celina Peixoto
Orientador
Lima, Maria Celina Peixoto
Banca examinadora
Danziato, Leonardo José Barreira
Banca examinadora
Pereira, Caciana Linhares
Banca examinadora
Universidade de Fortaleza. Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Dissertação (mestrado)