Imagem e transparência: a episteme contemporânea de um corpo virtualizado [Digital]
Tese
Português
159.9:611.9
[Image and transparency : the comtemporary episteme of a virtualized body]
Fortaleza, 2018.
Esta tese tem como objeto de estudo o corpo como uma realidade discursiva. Trata-se de uma
pesquisa que busca conhecer os discursos que definem as condições de possibilidade de
emergência da virtualização do corpo como uma nova episteme. Partiu-se da hipótese de que
o corpo anatômico, tal como foi... Ver mais Esta tese tem como objeto de estudo o corpo como uma realidade discursiva. Trata-se de uma
pesquisa que busca conhecer os discursos que definem as condições de possibilidade de
emergência da virtualização do corpo como uma nova episteme. Partiu-se da hipótese de que
o corpo anatômico, tal como foi constituído pelos discursos e práticas médicas por Foucault,
sofre mudanças com os processos de virtualização. A virtualização desterritorializa as
referências espaço-temporais, conforme Pierre Levy, colocando em questão a lógica
anatomopatólica. Buscou-se compreender, em que medida o corpo virtualizado se diferencia
da experiência de corporeidade anatomopatológica. Investiga-se a transparência do corpo
como marca da virtualização. A transparência é compreendida aqui como uma intensificação
da visibilidade, propiciada pelos aparelhos tecnológicos aplicados à medicina (Levy,
1996/2009; Chazan, 2003; Ortega, 2006; Tucherman, & Saint-Clair, 2008). Nosso estudo
seguiu pela via das tecnologias imagéticas na clínica médica para pensar questões do
contemporâneo, levando-nos a situar os fundamentos do corpo-transparente e a pensar na
transparência como extensiva a outros domínios da vida em sociedade. Realizamos assim,
uma genealogia em que o corpo foi analisado nos discursos médicos, nas produções fílmicas
e nas redes sociais, constituindo-se como práticas, saberes e normas, ou seja, testemunhos
dessa nova discursividade que o caracterizam na contemporaneidade. Conclui-se que, na
contemporaneidade, é a imagem que fundamenta o corpo, considerando que ainda vigora o
sentido da visão, mas que se torna predominantemente um olhar que ver o corpo através de,
por meio de, portanto, privilegiado no que a imagem produz. Sendo, por isso, uma nova
forma de organizar o visível-invisível que age por meio dos processos de virtualização, em
que o anteparo do aparelho, da tela se estabelece como forma de estarmos, existirmos,
pensarmos e nos comunicarmos.
Palavras-chave: Corpo, Virtualização, Transparência, Intimidade, Heterotopia. Ver menos
pesquisa que busca conhecer os discursos que definem as condições de possibilidade de
emergência da virtualização do corpo como uma nova episteme. Partiu-se da hipótese de que
o corpo anatômico, tal como foi... Ver mais Esta tese tem como objeto de estudo o corpo como uma realidade discursiva. Trata-se de uma
pesquisa que busca conhecer os discursos que definem as condições de possibilidade de
emergência da virtualização do corpo como uma nova episteme. Partiu-se da hipótese de que
o corpo anatômico, tal como foi constituído pelos discursos e práticas médicas por Foucault,
sofre mudanças com os processos de virtualização. A virtualização desterritorializa as
referências espaço-temporais, conforme Pierre Levy, colocando em questão a lógica
anatomopatólica. Buscou-se compreender, em que medida o corpo virtualizado se diferencia
da experiência de corporeidade anatomopatológica. Investiga-se a transparência do corpo
como marca da virtualização. A transparência é compreendida aqui como uma intensificação
da visibilidade, propiciada pelos aparelhos tecnológicos aplicados à medicina (Levy,
1996/2009; Chazan, 2003; Ortega, 2006; Tucherman, & Saint-Clair, 2008). Nosso estudo
seguiu pela via das tecnologias imagéticas na clínica médica para pensar questões do
contemporâneo, levando-nos a situar os fundamentos do corpo-transparente e a pensar na
transparência como extensiva a outros domínios da vida em sociedade. Realizamos assim,
uma genealogia em que o corpo foi analisado nos discursos médicos, nas produções fílmicas
e nas redes sociais, constituindo-se como práticas, saberes e normas, ou seja, testemunhos
dessa nova discursividade que o caracterizam na contemporaneidade. Conclui-se que, na
contemporaneidade, é a imagem que fundamenta o corpo, considerando que ainda vigora o
sentido da visão, mas que se torna predominantemente um olhar que ver o corpo através de,
por meio de, portanto, privilegiado no que a imagem produz. Sendo, por isso, uma nova
forma de organizar o visível-invisível que age por meio dos processos de virtualização, em
que o anteparo do aparelho, da tela se estabelece como forma de estarmos, existirmos,
pensarmos e nos comunicarmos.
Palavras-chave: Corpo, Virtualização, Transparência, Intimidade, Heterotopia. Ver menos
This thesis aims to study the body as a discursive reality. It is a research that seeks to know
the discourses that define the conditions of possibility of emergence of the virtualization of
the body as a new episteme. It was hypothesized that the anatomical body, as constituted by
Foucault's... Ver mais This thesis aims to study the body as a discursive reality. It is a research that seeks to know
the discourses that define the conditions of possibility of emergence of the virtualization of
the body as a new episteme. It was hypothesized that the anatomical body, as constituted by
Foucault's discourses and medical practices, undergoes changes with the virtualization
processes. Virtualization deterritorializes spatiotemporal references, according to Pierre
Levy, calling into question anatomopathological logic. It was sought to understand, to what
extent the virtualized body differs from the experience of anatomopathological corporeity.
The transparency of the body is investigated as a mark of virtualization. Transparency is
understood here as an intensification of visibility, provided by the technological devices
applied to medicine (Levy, 1996/2009; Chazan, 2003; Ortega, 2006; Tucherman, & SaintClair, 2008). Our study followed the path of imaging technologies in the medical clinic to
think about issues of the contemporary, leading us to situate the foundations of the
transparent body and to think of transparency as extending to other domains of life in society.
Thus, we performed a genealogy in which the body was analyzed in medical discourses, film
productions and social networks, constituting themselves as practices, knowledge and norms,
that is, testimonies of this new discursiveness that characterize it in contemporary times. It is
concluded that, in contemporaneity, it is the image that grounds the body, considering that
there is still the sense of vision, but that it will be predominantly a look that see the body
through, therefore, privileged in that the image produces. Therefore, it is a new way of
organizing the visible-invisible that acts through the processes of virtualization, in which the
screen is established as a way to be, to exist, to think and to communicate.
Keywords: Body, Virtualization, Transparency, Intimacy, Heterotopia. Ver menos
the discourses that define the conditions of possibility of emergence of the virtualization of
the body as a new episteme. It was hypothesized that the anatomical body, as constituted by
Foucault's... Ver mais This thesis aims to study the body as a discursive reality. It is a research that seeks to know
the discourses that define the conditions of possibility of emergence of the virtualization of
the body as a new episteme. It was hypothesized that the anatomical body, as constituted by
Foucault's discourses and medical practices, undergoes changes with the virtualization
processes. Virtualization deterritorializes spatiotemporal references, according to Pierre
Levy, calling into question anatomopathological logic. It was sought to understand, to what
extent the virtualized body differs from the experience of anatomopathological corporeity.
The transparency of the body is investigated as a mark of virtualization. Transparency is
understood here as an intensification of visibility, provided by the technological devices
applied to medicine (Levy, 1996/2009; Chazan, 2003; Ortega, 2006; Tucherman, & SaintClair, 2008). Our study followed the path of imaging technologies in the medical clinic to
think about issues of the contemporary, leading us to situate the foundations of the
transparent body and to think of transparency as extending to other domains of life in society.
Thus, we performed a genealogy in which the body was analyzed in medical discourses, film
productions and social networks, constituting themselves as practices, knowledge and norms,
that is, testimonies of this new discursiveness that characterize it in contemporary times. It is
concluded that, in contemporaneity, it is the image that grounds the body, considering that
there is still the sense of vision, but that it will be predominantly a look that see the body
through, therefore, privileged in that the image produces. Therefore, it is a new way of
organizing the visible-invisible that acts through the processes of virtualization, in which the
screen is established as a way to be, to exist, to think and to communicate.
Keywords: Body, Virtualization, Transparency, Intimacy, Heterotopia. Ver menos
Pinheiro, Clara Virgínia de Queiroz
Orientador
Pinheiro, Clara Virgínia de Queiroz
Banca examinadora
Gadelha, Rosa Cristina Primo
Banca examinadora
Almeida, Custódio Luís Silva de
Banca examinadora
Diogenes, Eliane Vasconcelos
Banca examinadora
Marinho, Cristiane Maria
Banca examinadora
Universidade de Fortaleza. Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Tese (doutorado)