Desde os anos 1990 o campo da estratégia tem se afastado cada vez mais dos problemas de dimensão humana, como estabelecimento de metas, solução de problemas e tomada de decisões. No que se refere às Capacidades Dinâmicas, os autores têm buscado preencher essa lacuna com a proposição de modelos...

Desde os anos 1990 o campo da estratégia tem se afastado cada vez mais dos problemas de dimensão humana, como estabelecimento de metas, solução de problemas e tomada de decisões. No que se refere às Capacidades Dinâmicas, os autores têm buscado preencher essa lacuna com a proposição de modelos teóricos que sugerem as dimensões de análise e o modo de investigação, mas os estudos empíricos nesse campo permanecem insuficientes para preencher essa lacuna. Desta forma, esta Tese se desenvolve a partir do seguinte questionamento: como ocorre a interação entre a capacidade dinâmica cognitiva e gerencial e quais suas contribuições para as mudanças estratégicas e o desempenho da firma? Esta pesquisa teve como objetivo geral analisar as relações existentes entre a capacidade dinâmica cognitiva e a capacidade dinâmica gerencial para as mudanças estratégicas e o desempenho da firma. Este objetivo geral fragmentou-se nos seguintes objetivos específicos: (i) contribuir com a estrutura teórica da capacidade dinâmica cognitiva; (ii) explorar as relações entre a capacidade dinâmica cognitiva e a capacidade dinâmica gerencial; e (iii) identificar a influência da capacidade dinâmica gerencial e da capacidade dinâmica cognitiva para o desempenho da firma. O estudo se desenvolveu pelas lentes teóricas da Capacidade Dinâmica e seus Microfundamentos, mais especificamente, as Capacidades Dinâmica Cognitiva e gerencial, tangenciado pelos conceitos de Mudanças Estratégicas e Desempenho da Firma. A Capacidade Dinâmica Gerencial foi conduzida a partir de sua decomposição em Detectar e Aproveitar Oportunidades, e Reconfiguração de Ativos. A Capacidade Dinâmica Cognitiva foi particionada nos construtos Percepção e Atenção, Racionalidade e Resolução de Problemas e Cognição Social e Comunicação. Metodologicamente foram empregados dois experimentos: um de laboratório e um computacional. A etapa empírica do experimento de laboratório (Artigo I) envolveu a participação de 111 gestores, de quatro escolas de negócios, distribuídos entre 7 subgrupos que formavam dois grupos, um experimental e outro de controle. Os dados foram coletados em 7 sessões de experimentos com duração total de 17,5 horas. A coleta se deu pela aplicação de testes psicológicos, questionários de escala Likert e pelas decisões que foram tomadas no simulador de gestão OGG PEM. No total, foram geradas 2.442 páginas de testes para tabulação e análise. Nesta etapa, para análise, foram utilizadas as técnicas de análise de variância, correlação de Pearson, teste t e regressão logística. No experimento computacional (Artigo III) foram utilizados, além dos dados coletados no experimento de laboratório, os dados gerados nas quatro rodadas das decisões que foram tomadas no simulador de gestão. Os dados foram tratados por meio de três redes neurais perceptron backpropagation. Os principais resultados foram a reformulação do conceito de capacidade dinâmica cognitiva, a indicação de que as variáveis Aproveitar Oportunidade e Detectar Oportunidade, componentes da Capacidade Dinâmica Gerencial, e a variável Linguagem e Comunicação, integrante da Capacidade Dinâmica Cognitiva, podem ser preditoras da capacidade para Reconfiguração de Ativos Tangíveis e Intangíveis. As redes neurais artificiais revelaram ainda que capacidade dinâmica gerencial e a capacidade dinâmica cognitiva, quando processadas de forma conjunta, promovem um melhor desempenho global para o negócio.

Palavras-chave: Capacidade dinâmica. Gerencial. Cognitiva. Redes neurais. Experimento.

Since the 1990s the field of strategy has increasingly moved away from problems of a human dimension, such as goal setting, problem solving, and decision making. The authors of Dynamic Capabilities have sought to fill this gap by proposing theoretical models that suggest the dimensions of analysis...

Since the 1990s the field of strategy has increasingly moved away from problems of a human dimension, such as goal setting, problem solving, and decision making. The authors of Dynamic Capabilities have sought to fill this gap by proposing theoretical models that suggest the dimensions of analysis and the mode of investigation, but the empirical studies in this field remain insufficient to fill this gap. Thus, I develop this thesis from the following question: how does the interaction between managerial and cognitive dynamic capability and what do they contribute to strategic changes and firm performance? The general objective of this research is to analyze the relations between the cognitive dynamic capability and the managerial dynamic capability for the strategic changes and the firm performance. This general objective was fragmented into the following specific objectives: (i) to contribute to the theoretical structure of cognitive dynamic capability; (ii) to explore the relationships between cognitive dynamic capability and managerial dynamic capability; and (iii) to identify the influence of managerial dynamic capability and cognitive dynamic capability for firm performance. I developed this study by the theoretical lenses of Dynamic Capability and its Microfoundations, specifically the Managerial and Cognitive Dynamic Capabilities, tied to the concepts of Strategic Changes and Firm Performance. The Managerial Dynamic Capability was conducted from its decomposition in Sensing and Seizing Opportunities, and Assets Reconfiguration. The Cognitive Dynamic Capability was partitioned into the Perception and Attention, Rationality and Problem Solving and Social Cognition and Communication constructs. Methodologically I used a laboratory and a computational experiment. The laboratory experiment (Article II) involved participation of 111 managers, from four business schools, distributed among 7 subgroups that formed two groups, one experimental and the other control group. The data were collected in 7 sessions of experiments with a total duration of 17.5 hours. The collection took place through the application of psychological tests, Likert scale questionnaires and the decisions that were taken in the OGG PEM management simulator. In total, 2,442 pages of tabulation and analysis tests were generated. In this step, for analysis, were used Analysis of Variance, Pearson's Correlation, t-Test and Logistic Regression. In the computational experiment (Article III), the data generated in the four rounds of the decisions that were taken in the management simulator were used, in addition to the data collected in the laboratory experiment. The data were treated by means of three neural networks perceptron backpropagation. The main results were the reformulation of the concept of Cognitive Dynamic Capability, the variables Sensing and Seizing Opportunity, components of Managerial Dynamic Capability, and the Language and Communication variable, which is part of the Cognitive Dynamic Capability, can be predictive of the capacity for Reconfiguration of Tangible and Intangible Assets. Artificial neural networks also revealed that managerial dynamic capability and cognitive dynamic capability, when processed together, promote better overall business performance.

Keywords: Dynamic capability. Management. Cognitive. Neural network. Experiment.