INTRODUÇÃO: A Síndrome da Imunodeficiência Humana (SIDA/AIDS) é um problema de relevante impacto na saúde pública, apesar dos avanços científicos e tecnológicos voltados para o diagnóstico precoce e tratamento de pessoas que vivem com HIV/Aids (PVHA). OBJETIVO: O presente estudo descreve a cascata...

INTRODUÇÃO: A Síndrome da Imunodeficiência Humana (SIDA/AIDS) é um problema de relevante impacto na saúde pública, apesar dos avanços científicos e tecnológicos voltados para o diagnóstico precoce e tratamento de pessoas que vivem com HIV/Aids (PVHA). OBJETIVO: O presente estudo descreve a cascata do cuidado de pessoas com HIV/Aids de um serviço ambulatorial especializado em Fortaleza, Ceará, Brasil. MÉTODOS: Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo, realizado no período de junho de 2016 a dezembro de 2017, em usuários adultos com HIV/Aids que iniciaram acompanhamento no Serviço de Atendimento Especializado no Núcleo de Atenção Médica Integrada da Universidade de Fortaleza (SAE/NAMI/UNIFOR). Na investigação foram utilizados os seguintes dados dos prontuários: variáveis demográficas; hábitos; dados comportamentais; caracterização da infecção pelo HIV; adesão ao acompanhamento; infecções sexualmente transmissíveis, dados laboratoriais (primeiro LTCD4, e primeira Carga viral (CV), LTCD4 e CV antes da primeira terapia antirretroviral (TARV), LTCD4 e CV antes da TARV atual e últimos exames de LTCD4 e CV disponíveis). Na pesquisa foram coletados dados secundários de 511 prontuários das pessoas atendidos no serviço, classificados em dois grupos: retidos (grupo 1) e não retidos (grupo 2). RESULTADOS: A análise univariada entre esses grupos mostrou que houve uma predominância significativa de usuários do sexo masculino e com idade média mais elevada no grupo 1 (p=0,01). Drogadição prévia e na primeira consulta foi mais frequente no segundo grupo (p=0,001 e p=0,01 respectivamente). Entre as pessoas do grupo 1 houve maior predominância de IST (p=0,002) e apresentaram-se mais imunossuprimidos na época do diagnóstico (p=0,002). O uso de TARV na primeira consulta foi mais significante no grupo de usuários retidos (p<0,001). O serviço atingiu os percentuais acima do preconizado pelo programa de IST/AIDS e hepatites virais do Ministério da Saúde em todas as faixas da cascata. CONCLUSÃO: Com exceção da mudança da primeira para a segunda, ficou claro que se necessita trabalhar melhor a retenção dessas pessoas. Melhorias nos indicadores em cascata ao longo do tempo, provavelmente são devidas a uma combinação de fatores, como: melhor acesso aos cuidados e acesso à TARV, com disponibilidade de esquemas que são mais eficazes e fáceis de tomar, mudanças nas diretrizes, recomendando o início precoce do tratamento e interrupções opostas ao tratamento, o sucesso de iniciativas de cuidado e tratamento e / ou mudanças na população diagnosticada ao longo do tempo. O estudo sugere a necessidade de aprimorar a ¿cascata do cuidado¿ expandindo-a para que aborde riscos comportamentais dinâmicos que possam transpor as barreiras sistêmicas de acesso aos serviços de saúde às PVHIV.

INTRODUCTION: The Human Immunodeficiency Syndrome (AIDS/AIDS) is a problem with a significant impact on public health, despite scientific and technological advances aimed at the early diagnosis and treatment of people living with HIV/AIDS (PLHA). OBJECTIVE: The present study describes the cascade of...

INTRODUCTION: The Human Immunodeficiency Syndrome (AIDS/AIDS) is a problem with a significant impact on public health, despite scientific and technological advances aimed at the early diagnosis and treatment of people living with HIV/AIDS (PLHA). OBJECTIVE: The present study describes the cascade of care of people with HIV / Aids from an outpatient clinic specialized in Fortaleza, Ceará, Brazil. METHOD: This is a retrospective cohort study, carried out between June 2016 and December 2017, in adults with HIV/AIDS who started follow-up at Specialized Care Service at the Center for Integrated Medical Care of the University of Fortaleza (SAE/NAMI/UNIFOR). In the investigation the following data of the medical records were used: demographic variables; habits; behavioral data; characterization of HIV infection; adherence to monitoring; sexually transmitted infections, laboratory data (first LTCD4 and first viral load (CV), LTCD4 and CV before the first antiretroviral therapy (TARV), LTCD4 and CV prior to the current TARV and the last LTCD4 and CV exams available). Secondary data from 511 people records were collected from the service, classified into two groups: retained (group 1) and non-retained (group 2). RESULTS: The univariate analysis between these groups showed that there was a significant predominance of male users with a higher mean age in group 1 (p = 0.01). Previous drug use and at the first visit was more frequent in the second group (p = 0.001 and p = 0.01 respectively). People in group 1 had a higher prevalence of STI (p = 0.002) and were more immunosuppressed at the time of diagnosis (p = 0.002). The use of TARV at the first visit was more significant in the retained users group (p <0.001). The service reached the percentage above that recommended by the IST/AIDS program and viral hepatitis of the Ministry of Health in all areas of the waterfall, except for the change from the first to the second, it is clear that we have to work better the retention of these patients. CONCLUSION: Improvements in cascade indicators over time are likely to be due to a combination of factors, such as: improved access to care and access to TARV, availability of schemes that are more effective and easier to take, changes in guidelines, recommending early onset of treatment and discontinuation of treatment, the success of care and treatment initiatives, and / or changes in the diagnosed population over time. The study suggests the need to enhance the "cascade of care" by expanding it to address dynamic behavioral risks that can bridge the systemic barriers to access to health services for PLHIV.