Características e fatores associados ao rastreamento de hepatite B em indivíduos submetidos a tratamento imunossupressor em centro de referência no nordeste do Brasil [Digital]
Dissertação
Português
616.36-002
Fortaleza, 2016.
A infecção pelo vírus da hepatite B (HBV) representa um importante problema de saúde pública, apresentando distintas formas de manifestação. A prevalência mundial e nacional da doença é bastante variável. Existem poucos dados epidemiológicos disponíveis relacionada à cidade de Fortaleza,...
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A infecção pelo vírus da hepatite B (HBV) representa um importante problema de saúde pública, apresentando distintas formas de manifestação. A prevalência mundial e nacional da doença é bastante variável. Existem poucos dados epidemiológicos disponíveis relacionada à cidade de Fortaleza, principalmente em subgrupos específicos, como pacientes com doenças neoplásicas ou auto-imunes. Indivíduos que recebem tratamento imunossupressor, como quimioterapia (QT) ou anti-TNF, estão sujeitos a complicações hepáticas graves, secundárias à reativação do HBV. Esta premissa levou algumas algumas sociedades médicas a recomendar rastreio amplo de HBV em pacientes candidatos ao início de tratamento imunossupressor. O estudo teve como objetivo definir a taxa de solicitação de triagem sorológica para o HBV pelos médicos prescritores de imunossupressores e conhecer as variáveis que influenciam a solicitação destes marcadores específicos. O estudo teve delineamento retrospectivo e foi baseado na coleta de dados secundários de pacientes que utilizaram QT ou imunobiológicos no centro de infusão do Hospital Geral de Fortaleza entre 2010 e 2016. Comparações entre as características dos grupos foram realizadas utilizando o teste de qui-quadrado. Foram avaliados 421 pacientes tratados com QT ou anti-TNF, com idade média de 49,6 anos (variação: 18-92 anos), 53% dos pacientes eram do sexo masculino, acompanhados nos serviços de reumatologia, hematologia, oncologia ou gastroenterologia. Os marcadores HBsAg, anti-HBc e anti-HBs foram reagentes em 0%, 1,7% e 10% dos casos, respectivamente. A taxa global de solicitação dos marcadores HBsAg, anti-HBc e anti-HBs foi de 65%, 56% e 48%, respectivamente. A frequência de solicitações foi maior nos serviços de reumatologia (98%) e gastroenterologia (82%), sendo menor no setor de oncologia (6%) (p<0,001). A taxa de solicitação foi mais elevada entre os pacientes em uso de anti-TNF, QT com antracíclico e rituximabe, enquanto foi mais baixa nos pacientes em uso de QT sem antracíclicos (p<0,001). Valores basais anormais de transaminases não estavam associados com maior frequência de solicitação do HBsAg (p=0,09). Identificamos baixa taxa de rastreio de hepatite B, que variou de acordo com a especialidade médica e com a medicação prescrita. Tal indicação não esteve relacionada à detecção de anormalidade das aminotransferases, nem foi afetada significativamente pela evolução temporal. Tais dados demonstram necessidade de melhor padronização dos cuidados a este grupo de pacientes e melhor divulgação de informações sobre os riscos de reativação do HBV entre os médicos prescritores de terapêutica imunossupressora. Evidenciamos ainda baixa frequência de detecção dos marcadores anti-HBc e HBsAg na população estudada, o que pode refletir baixa prevalência na cidade de Fortaleza. Mais estudos são necessários para confirmar a baixa prevalência de hepatite B no nosso meio e com isso avaliar o custo-benefício da indicação do rastreio universal desta população.
PALAVRAS-CHAVE: hepatite B; imunossupressão; epidemiologia. Ver menos
PALAVRAS-CHAVE: hepatite B; imunossupressão; epidemiologia. Ver menos
Hepatitis B virus (HBV) infection is a public health condition and has distinct presentations. The prevalence in the world is variable, and there are few epidemiologic data in Fortaleza, especially in patients with malignant or autoimmune diseases. Candidates to immunosuppressive treatment with...
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Hepatitis B virus (HBV) infection is a public health condition and has distinct presentations. The prevalence in the world is variable, and there are few epidemiologic data in Fortaleza, especially in patients with malignant or autoimmune diseases. Candidates to immunosuppressive treatment with chemotherapy or anti-TNF are prone to liver complications due to hepatitis B reactivation. Because of that, some medical societies recommend HBV screening in patients who will be submitted to immunosuppressive therapies. This study aimed to identify the prevalence of HBV infection in patients on immunosuppressive therapy, to define HBV screening rate among immunosuppressive prescriber physicians and to analyze the variables that influence the screening rate. This is a retrospective study based on secondary data collection of patients treated with chemotherapy or immunobiologics at the infusion center of Hospital Geral de Fortaleza between 2010 and 2016. Chi-square test was used to compare the study groups. 421 patients treated with chemotherapy or anti-TNF were studied, with median age of 49.6 years (range: 18-92 years), treated in the services of rheumatology, hematology, oncology or gastroenterology. Positivity of HBsAg, anti-HBc and anti-HBs was 0%, 1.7% and 10%, respectively. Global solicitation rate of HBsAg, anti-HBc and anti-HBs was 65%, 56% and 48%, respectively. Screening rate was higher in rheumatology (98%) and gastroenterology (82%) services, and lower in oncology sector (6%) (p<0.001). Screening was higher in patients on treatment with anti-TNF, anthracyclines or rituximab, and lower in patients on chemotherapy without anthracyclines (p<0.001). Higher values of AST or ALT did not correlate with higher screening rate (p=0.14). This study shows a low rate of HBV screening for patients treated by an immunosuppressive therapy, which varied according to the type of specialist who prescribed immunosuppression. The screening rates correlated to the type of immunosuppressant, but not to aminotransferases values or year of treatment. These data indicate a need of screening standardization and better information about risk of HBV reactivation among immunosuppressant prescribers. A small positivity of HBsAg and anti-HBc was observed, which may reflect a low prevalence of HBV in Fortaleza. More studies are needed to confirm these findings.
KEY WORDS: hepatitis B; immunosuppression; epidemiology. Ver menos
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Disponibilidade forma física: Existe obra impressa de código : 100675
Pinheiro, Silvia Romero
Autor
Colares, Jeová Keny Baima
Orientador
Colares, Jeová Keny Baima
Banca examinadora
Lima, José Milton de Castro
Banca examinadora
Távora, Lara Gurgel Fernandes
Banca examinadora
Universidade de Fortaleza. Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Dissertação (mestrado)