Sendo uma perspectiva humanista, existencial e fenomenológica, a gestalt-terapia
assume uma concepção de homem pautada na liberdade de ser e, também, na
facticidade da existência vivida, principalmente, por meio do seu corpo. Se o homem
não tem essência a priori, mas se faz existência a partir da...

Sendo uma perspectiva humanista, existencial e fenomenológica, a gestalt-terapia
assume uma concepção de homem pautada na liberdade de ser e, também, na
facticidade da existência vivida, principalmente, por meio do seu corpo. Se o homem
não tem essência a priori, mas se faz existência a partir da sua liberdade de ser,
conforme a fenomenologia existencial sartreana, isto ocorre a cada dia, em cada
escolha, e se revela, objetivamente, num corpo que é, de fato, aqui-agora, marcado
por sentidos construídos historicamente e numa determinada cultura. Assim,
também, é no corpo que se pode encontrar a cultura e os sentidos aos quais a
pessoa foi exposta e ela mesma se atribui. O corpo é, então, o meio pelo qual
ocorrem as manifestações da existência humana; é o homem existente num
determinado lugar, numa determinada cultura e num determinado tempo. Nesse
sentido, refletir sobre a construção de sentidos sobre o corpo e das práticas
psicoterápicas na contemporaneidade e, mais precisamente, sobre o trabalho com o
corpo na gestalt-terapia é um valioso objetivo dentro de uma perspectiva
fenomenológica, que trata do homem em situação. Assim, discutir o trabalho com o
corpo na gestalt-terapia a partir de um diálogo com a fenomenologia existencial de
Jean-Paul Sartre é o objetivo deste trabalho. Faz-se uma revisão da literatura sobre
o tema na abordagem gestáltica e uma interlocução com a concepção de corpo da
ontologia existencialista sartreana. É na fenomenologia existencial sartreana que se
pode encontrar um enfoque do corpo situado no mundo, sem, no entanto, deixar de
ser um projeto. Nela, encontra-se o homem em situação, em movimento, num
contexto de mundo, que é significado por conta de sua ação. Se a gestalt-terapia é
uma abordagem fenomenológica, a lente sartreana pode esclarecer esta prática,
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principalmente se considerarmos que Sartre discute as suas teorias de base desta
abordagem psicoterapêutica.
Palavras-chave: Corpo. Gestalt-Terapia. Fenomenologia Existencial. Sartre.

Being a humanist, existential and phenomenological perspective, gestalt therapy
proposes a conception of man guided on the freedom to be and also the facticity of
existence, living mainly through his body. If man has no essence a priori, but it
makes existence from his freedom to be, according to...

Being a humanist, existential and phenomenological perspective, gestalt therapy
proposes a conception of man guided on the freedom to be and also the facticity of
existence, living mainly through his body. If man has no essence a priori, but it
makes existence from his freedom to be, according to Sartre's existential
phenomenology, this happens every day, in every choice, and reveals itself,
objectively, in a body that is, in fact, here now, marked by historically constructed
meanings in a particular culture. So, too, is in the body that one can find the culture
and the senses to which the person was exposed and she attributed herself. The
body is then the means by which occur manifestations of human existence; is the
man existing in a particular place, a particular culture and at a particular time. In this
sense, reflect on the construction of representations of the body and
psychotherapeutic practices in contemporary and, more precisely, on working with
the body in gestalt therapy is a worthy goal within a phenomenological perspective,
which treats of man in situation. So, discuss the work with the body in gestalt therapy
from a dialogue with the existential phenomenology of Jean-Paul Sartre is the goal of
this work. It is a literature review on the topic in the gestalt approach and a dialogue
with the conception of the body present in Sartre's existentialist ontology. Is in
existential phenomenology sartreana that one can find an approach of the body
situated in the world, without, however, ceasing to be a project. In it, find the man in
situation, moving in a context of world that is meant for his action. If gestalt therapy is
a phenomenological approach, the Sartrean lens can clarify this practice, especially
if is considered that Sartre discusses the basic theories of this psychotherapeutic
approach.
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Keywords: Body. Gestalt therapy. Existential phenomenology. Sartre.

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