No Brasil, índices crescentes de gravidez, entre adolescentes de 10 a 16 anos de idade, constitui-se em demanda expressiva para Políticas Públicas no Brasil, em mobilizar ações de proteção e promoção de saúde do adolescente. Estudo qualitativo com perspectivas teóricas que emolduraram a abordagem...

No Brasil, índices crescentes de gravidez, entre adolescentes de 10 a 16 anos de idade, constitui-se em demanda expressiva para Políticas Públicas no Brasil, em mobilizar ações de proteção e promoção de saúde do adolescente. Estudo qualitativo com perspectivas teóricas que emolduraram a abordagem nesta problemática foi narrativista autobiográfica de Fritz Schütze e de Jerome Bruner. O primeiro expoente defende que realidade social consiste fundamentalmente de processos em constante modificação, valorizando o modo de sua produção; o segundo fundamenta a natureza narrativa da experiência humana, amparando que narrar a própria vida é processo de narrar a si mesmo, pela textualização é que conhecemos a vida de alguém. O estudo objetivou compreender a trajetória da adolescente em sua primeira gravidez. Entrevistou-se 30 adolescentes entre 12 e 16 anos de vida, pela técnica de entrevista narrativa autobiográfica de schütze, durante a primeira revisão de parto, em maternidade de Fortaleza, entre março e agosto de 2013. A análise
seguiu a fundamentação de análise narrativa de Fritz Schütze, cuja aplicação é
multidisciplinar e muito utilizada em estudos de problemas juvenis. Esta análise abstraiu peculiaridades de trajetórias de adolescentes em sua primeira gravidez, e demonstrou o sentido que a adolescente atribuiu às experiências da sua primeira gravidez. Emergiram quatro núcleos narrativos temáticos como a seguir: "Fui ficando, fui deixando e aconteceu a gravidez"; "A gravidez não é um paraíso: conflitos e dilemas"; "Mudanças com a gravidez"; "E agora: realidades e perspectivas". Em seguida foram extraídas temáticas, subtemáticas e elementos de análise, fortalecendo o surgimento do modelo processual. O primeiro núcleo temático demonstrou as razões desta gravidez com as temáticas da "sexualidade", "planejamento e prevenção da gravidez", "desconhecimento do engravidar"; O segundo núcleo demonstrou as experiências com surgimento das temáticas de "arrependimento", "reconhecimento aos pais", "preconceito", abandono", do terceiro núcleo temático emergiram às "mudanças relacionadas consigo mesmo", "com a família", o "companheiro", "amigos", "escola" e "lazer", do quarto núcleo temático surgiram as temáticas das "realidades e perspectivas". Da temática das "realidades" emergiram as subtemátcas de "abandono ao estudo", o "cuidar do filho", "necessidade de trabalho" e "vulnerabilidade social" destas adolescentes. Na temática das "perspectivas" abstraímos as subtemáticas "não quero que meu filho sofra como sofri", "incerteza do futuro", "perspectivas de futuro para o filho". Diante de toda análise e discussão podemos compreender que a primeira gravidez da adolescente foi percebida como experiência imatura com impacto social de relevância. Concluímos que é de elevada importância ações de promoção de saúde nas adolescentes com participação da família, escola e dos serviços de saúde, no acompanhamento destas jovens promovendo sua segurança para fortalecimento da sexualidade e a reprodução humana nesta fase do adolescer.

In Brazil, increasing rates of pregnancy among 10 to 16 year-old adolescents has caused increasing demand for Brazilian public policies to mobilize adolescent protection and health actions. The theoretical perspectives that framed this issue were the autobiographical narratives of Fritz Schütze and...

In Brazil, increasing rates of pregnancy among 10 to 16 year-old adolescents has caused increasing demand for Brazilian public policies to mobilize adolescent protection and health actions. The theoretical perspectives that framed this issue were the autobiographical narratives of Fritz Schütze and Jerome Bruner: the former defending the idea that social reality consists fundamentally of ever-changing processes, enriching their production methods; the latter basing narratives on human experiences, believing that someone's life narrative is the process of talking about oneself through which we contextualize life. This study aims to analyze what narratives reveal about the adolescent trajectory in her first pregnancy. Thirty adolescents, aged 12 to 16, were interviewed according to the narrative interview technique espoused by Schütze during their first medical visit after giving birth in a maternity clinic in Fortaleza from March to August 2013. The analysis followed Fritz Schütze's narrative process whose cross-culture application is frequently used in adolescent problem studies. This analysis also captured some peculiarities of individual and group trajectories and demonstrated the sense that the adolescents gave to their experiences throughout their first pregnancies. Four thematic narrative groups emerged: "I was seeing someone and I got pregnant," "Pregnancy is not a paradise: conflicts and dilemmas," "Pregnancy and changes," and "And now what?: realities and perspectives." Next, themes, sub-themes and elements of analysis were extracted, strengthening the emergence of the process. The first theme elucidated the basic reasons of early pregnancy in relation to sexuality, birth control and pregnancy prevention, as well as lack of knowledge about pregnancy. The second theme explored the appearance of emotional experiences during pregnancy such as regret, recognizing the importance of parents, prejudice, and abandonment. The third theme focuses on the participant's changes in relation to herself, her family, her partner, her friends, her school and leisure. The final theme, "And now what?: realities and perspectives," includes several sub-themes: abandoning school, taking care of the child, the necessity of work, and social vulnerability as well as "I don't want my child to suffer as I have," future uncertainty, and perspectives about the child's future. In light of this study and analysis, we determined that the first pregnancy of an adolescent is perceived as an immature experience with socially relevant impacts. We conclude that health promotion among adolescents with family, school, and health service participation in addition to patient navigation of these youth to promote their security and strengthen their sexual understanding in this phase of growth remain paramount.

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