Diferentemente do que se espera de um texto romântico, as peças selecionadas nesta antologia apresentam um testemunho poético do que foi o período da escravidão no Brasil. É pela ótica da mãe negra que lemos o conto abolicionista "A escrava". A protagonista, uma mulher ensandecida pelo sofrimento, alcança alguma liberdade com a narração de sua própria história - a mesma que lhe condenou à precariedade. Na impossibilidade da libertação efetiva, resta a narrativa: não haveria aí um eco da própria autora, filha de uma ex-escravizada alforriada, que encontra na arte o seu lugar no mundo? E inclusive "Gupeva", que se encaixaria no panorama indianista, tende à recusa do ideal encontro pacificador entre colonizadores e povos originários selado pelo amor romântico, tomando a contramão de um dos principais temas líricos do período.
Na seção dos versos, a autora canta o amor de variadas formas: desde a afeição amorosa entre duas pessoas até o amor à pátria, que irriga as paisagens de sua terra natal, o Maranhão, com suas praias. (Fonte: texto retirado da obra)