Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o déficit habitacional no Estado de São Paulo chega a 1,5 milhões de unidades habitacionais. Este déficit atinge principalmente a população de baixa renda, que muitas vezes encontra solução para sua moradia na oferta das chamadas ¿Habitações de Interesse Social¿, em empreendimentos geralmente de iniciativa de entidades públicas, como é o caso da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo. A questão não deve ser tratada apenas aumentando-se a oferta de habitações de custo acessível a essa população, mas também dos fatores de sustentabilidade que devem orientar esses empreendimentos. As atividades da construção civil têm forte impacto na sustentabilidade global, quer seja pelo uso do solo, consumo de materiais não-renováveis, impactos na flora e fauna nativa e emissões de resíduos. Outro fator que deve ser levado em conta é a durabilidade das edificações, que envolve aspectos de excelência construtiva, conservação e manutenção e mesmo possibilidade de adaptações ao uso e à qualidade de vida de diferentes usuários ao longo de seu ciclo de vida. A Avaliação Pós-Ocupação (APO) vem sendo usada como método para avaliação do ambiente construído, principalmente para detectar pontos positivos e negativos, propor soluções para patologias e realimentar futuros projetos semelhantes. Vários estudos têm sido desenvolvidos na área das habitações de interesse social, utilizando se dos métodos de APO, principalmente para avaliação de aspectos funcionais, de conforto, construtivos e até comportamentais. Dentre estes estudos, desenvolvidos para diferentes realidades em vários pontos do Brasil, este trabalho destaca e analisa as recomendações relativas à sustentabilidade, e investiga a contribuição da APO como instrumento promotor da sustentabilidade das edificações. Ver menos