O trabalho acadêmico intitulado "Gíria: fenômeno lingüístico e social" analisa a gíria sob o aspecto lingüístico e, sobretudo, social, tendo em vista que os valores de uma sociedade e a estrutura política e social se tornam elementos agregadores de valor à gíria. Coloca-se em primeiro plano consolidar as bases teóricas e científicas do tema proposto com o intuito de oferecer suporte e entendimento para todo o transcorrer do trabalho. Assim, encontramos na Sociolingüística sua essencial contribuição ao afirmar a existência do fenômeno gírio, constituído de particularidades expressivas e representativas do sistema. O capítulo seguinte abrange os conceitos básicos de linguística, pois sem o entendimento de língua, linguagem, seus níveis e elementos se torna inócuo o mero reconhecimento e definição de gíria. O terceiro capítulo define, primeiramente, gíria como variação lingüística a partir de mudanças provenientes da sociedade em constante renovação. Seu surgimento não se constitui elemento isolado e independente, pelo contrário, é emanado pela interação nos contextos situacional e lingüístico de sua ocorrência. Seu crescimento é consagrado por grandes mestres da literatura brasileira, apontados neste trabalho: Graciliano Ramos; Lima Barreto; Fernando Sabino; Aluísio Azevedo no qual discorremos uma sucinta análise de sua prestigiada obra "O Cortiço". Também contribuíram para a aceitação e desenvolvimento das gírias alguns ilustres compositores da música popular brasileira, citamos Noel Rosa e sua canção "Não tem tradução". Como forma de exemplificar a explanação teórica desenvolvida neste trabalho, torna-se necessário a busca de materiais elucidativos com o emprego de gíria. Para esse feito a pesquisa traz: três músicas de autorias e períodos diferentes; uma tira humorística e uma charge do cartunista Angeli e; por último, a apresentação da crônica "Boteco" de Luís Fernando Veríssimo. Enfim, todo o trabalho teórico e os exemplos pesquisados permitem abordar a gíria como fenômeno social e, por conseguinte, leva-nos à vitaliciedade da língua. Ver menos