A língua não é apenas o instrumento que possibilita a emissão de mensagens, entre as funções básicas da linguagem destaca-se a persuasão. Aquele que emite um enunciado espera, invariavelmente, que sua mensagem cause algum tipo de reação e escolhe, ainda que de forma inconsciente, como emitirá suas mensagens com base no tipo de reação que espera causar: convencimento, admiração, medo, encorajamento, raiva, pena, apaziguamento, etc. Por isso, pode-se dizer que a interação social dos homens por intermédio da língua é ideológica e reveste-se de caráter pragmático, ou seja, atua efetivamente, sobre a realidade. As gramáticas normativas, entretanto, não fornecem os subsídios necessários para o aprimoramento do manejo persuasivo da língua. Esse tipo de instrumental fica restrito a algumas áreas, como a do direito, que conta com as disciplinas da retórica e da teoria da argumentação para suprir tal lacuna. Desta forma, apenas uma pequena parcela dos usuários da língua têm acesso à plenitude de seus recursos, o que acaba por favorecer o desequilíbrio nas relações sociais. No sentido contribuir para que se corrija esse déficit, o presente trabalho propõe a difusão da leitura crítica de textos, exemplificada na análise do discurso jurídico, com base nos subsídios oferecidos pela retórica e pela semântica argumentativa. Ver menos